Quem tem medo de Oscar Wilde? vida como obra-de-arte

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/05/2012

RESUMO

A presente dissertação busca acompanhar os passos de Oscar Wilde pela Londres da era vitoriana tardia, o centro pujante de um Império já em decadência. Nesse momento, o status quo produz um discurso positivista e imperialista sobre o mundo. A homossexualidade é disputada pelos discursos da ciência médica e da jurisprudência. Numa época em que a autoridade simbólica para nomear o desejo homoerótico se encontra questionada, Wilde tem a ousadia de afirmar a primazia do artista em nomear o mundo. Com sua vida e sua obra, Wilde provoca reações exaltadas. Suas excentricidades chocam a alta sociedade londrina, da qual se torna o árbitro da elegância, apesar de sua posição de outsider: irlandês e homossexual. Vivendo plenamente os ideários do Esteticismo e do dandismo, tem um estilo de vida acintosamente gay e suscita o medo da "corrupção" e da "influência" sobre os homens jovens por parte da sociedade inglesa. As masculinidades estão sendo elaboradas nesse momento e há o medo de que os homens jovens deixem de ser viris cavalheiros para se tornarem afeminados dândis. Em seus escritos, por meio de paradoxos e inversões simbólicas, Wilde também mostra a costura por baixo do texto aparentemente neutro da realidade normativa. Em seu julgamento, é transformado em bode expiatório de uma sociedade severamente reprimida e puritana. Suas obras permanecem hoje como fundadoras da sensibilidade camp e de uma estética decididamente homossexual

ASSUNTO(S)

ciencias sociais aplicadas oscar wilde era vitoriana tardia masculinidade teoria da inversão homossexualidade literatura decadentismo esteticismo dandismo dorian gray paradoxo inversão simbólica camp late victorian era masculinity invertion theory homossexuality literature decadentism aestheticism dandism paradox symbolic invertion camp

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