Quebrando paradigmas na epistaxe grave: a importância de procurar o S-point

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. j. otorhinolaryngol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-06

RESUMO

Resumo Introdução: Desde a introdução da endoscopia nasal no campo de otorrinolaringologia, o paradigma de tratamento para casos graves de epistaxe voltou-se para a identificação precoce e correta do local de sangramento. Embora a epistaxe grave seja geralmente considerada uma hemorragia posterior, um pedículo vascular arterial tem sido frequentemente observado na porção superior do septo nasal, ao redor da projeção da axila da concha média, posterior ao tubérculo septal. Esse pedículo vascular foi chamado de Stamm's S-point. Objetivo: Descrever o S-point e relatar casos graves de epistaxe que se originam nesse local. Método: Um estudo retrospectivo de série de casos foi conduzido. Nove pacientes com epistaxe grave espontânea, na qual o S-point foi identificado como a fonte do sangramento, foram tratados de março de 2016 a março de 2017. Resultados: Houve predominância do sexo masculino (77,8%) com média de 59,3 anos. A maioria dos casos apresentava comorbidades (88,9%), mas sem uso de ácido acetilsalicílico (66,7%). Observou-se predominância do lado esquerdo (55,6%) com sangramento anteroposterior como a principal apresentação inicial (77,8%). Seis pacientes (66,7%) apresentaram níveis de hemoglobina inferiores a 10 g/dL e quatro (44,4%) necessitaram de transfusão sanguínea. Cauterização do S-point foi feita em todos os pacientes, com resolução completa do sangramento. Nenhum paciente apresentou recorrência de epistaxe grave. Conclusão: O Stamm's S-point é relatado como uma nova região de origem de epistaxe grave espontânea e o tratamento feito com cauterização foi eficaz e seguro. Os otorrinolaringologistas devem buscar ativamente esse local de sangramento em casos de epistaxe grave.

ASSUNTO(S)

epistaxe septo nasal endoscopia cirurgia endoscópica por orifício natural recorrência

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