\ Que eu vou na terra dos negros\ : circularidades atlânticas e a comunidade brasileira na África / Que eu vou na terra dos negros: atlantic roundness and the brazilian community in Africa

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/11/2010

RESUMO

A primeira geração de brasileiros estabelecida no Golfo do Benim era composta por negreiros, cujas relações tecidas com chefias locais e a manutenção das redes comerciais no Brasil, principalmente na Bahia, haviam lhes rendido ganhos econômicos e de status. Esses indivíduos foram responsáveis constituir as condições necessárias à instalação de uma segunda geração de brasileiros, em muitos aspectos, distinta da anterior. Composta majoritariamente por africanos libertos e seus descendentes, esse grupo começou a descer no litoral ocidental africano a partir de 1835. Vindos principalmente de Salvador, tais ex-cativos transformaram significativamente a composição humana das sociedades costeiras onde se estabeleceram. Como uma comunidade a parte e, no entanto, em permanente diálogo com os contextos em que seus indivíduos estavam inscritos, esses brasileiros de segunda geração foram responsáveis por selecionar e ressignificar os sinais distintivos de seu grupo. O ciclo de homenagens dirigidas ao Senhor do Bonfim é apresentado nessa dissertação como uma das ocasiões em que esse pertencimento à comunidade brasileira é publicamente ativado. Tendo a festa dedicada ao Senhor do Bonfim, o folguedo da burrinha e as canções entoadas em dias de comemoração como eixo temático que permeia esse estudo, procurei relacionar a constituição da identidade brasileira na África como um processo elaborado a partir do contato proporcionado pelo Atlântico. Nesse sentido, procuro entender quais teriam sido os mecanismos de seleção e descarte aplicados a essas comemorações que atravessaram o oceano e, no interior da comunidade, ganharam novos emblemas e adquiriram diferentes significados, constituindo um dos sinais diacríticos de uma identidade brasileira que é, sobretudo, Atlântica.

ASSUNTO(S)

atlantic relationships brasileiros na África brazilians in africa relações atlânticas retorno de libertos return of the free men senhor do bonfim in africa senhor do bonfim na África

Documentos Relacionados