Que condutas deverão ser direcionadas para o acompanhamento de gestante com sorologia positiva de toxoplasmose no terceiro trimestre?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde NUTES PE

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

No primeiro momento é necessário avaliar a confirmação deste diagnóstico visto que a existência de sorologias prévias e o resultado pormenorizado das sorologias do terceiro trimestre são fundamentais para esse raciocínio clínico. Considerando que essa gestante foi submetida a sorologias subsequentes durante o pré-natal e que inicialmente possuía IgG e IgM negativos, podemos considerar as seguintes situações.

Esse resultado indica possibilidade de falso negativo da IgG na amostra anterior, por método inadequado. Provável imunidade remota. Exceção deve ocorrer se houver primeira sorologia (negativa) no início da gestação e exame subsequente no final da gestação ou no momento do parto com IgG muito alta: o que indica possibilidade de infecção durante a gestação com IgM muito fugaz. É importante analisar também a possibilidade de IgM falso negativo. Se houver possibilidade de infecção adquirida na gestação é preciso iniciar o esquema tríplice materno (Pirimetamina; Sulfadiazina e Ácido folínico). Esses medicamentos atravessam a barreira placentária tratando diretamente o feto via intra-uterina, prevenindo ou diminuindo sequelas. Não há recomendação especial de novas sorologias ou seguimento com Ecografia- isso ficará a cargo da equipe médica da Atenção Primária e na necessidade nos serviços especializados. Após o parto, uma investigação completa do recém-nascido deverá ser feita.

Esse resultado indica certeza de infecção durante a gestação. A consulta com o médico da Equipe de Saúde da Família deve ser feita o mais breve possível, para não retardar a conduta. Nesse caso, com a gestação superando as 37semanas, o mais indicado seria iniciar diretamente o esquema tríplice materno (Pirimetamina; Sulfadiazina e Ácido folínico). Como a Ecografia nessa idade gestacional não indica mais mudança de conduta terapêutica, não há recomendação específica de sua periodicidade nesse caso. Após o parto, uma investigação completa do recém-nascido deverá ser feita.

Nesse caso há indicação de infecção muito recente ou IgM falso positivo. Como a gestação dessa paciente está com mais de 37semanas, o mais indicado seria iniciar diretamente com esquema tríplice materno (Pirimetamina; Sulfadiazina e Ácido folínico). A Ecografia nessa idade gestacional não indica mais mudança de conduta terapêutica, dessa forma, não há recomendação específica de sua periodicidade nesse caso. Após o parto, uma investigação completa do recém-nascido deverá ser feita.

Diagnóstico de infecção fetal: o objetivo do diagnóstico pré-natal da toxoplasmose congênita é a identificação de fetos acometidos e a prevenção das sequelas no período intrauterino, sendo confirmado utilizando-se a reação de cadeia de polimerase (PCR) em líquido amniótico, obtido do exame de amniocentese. A técnica de PCR possui alta especificidade e sensibilidade (97,4%), porém, devido a seu custo e ao fato de ainda ser limitada aos grandes centros, deve ser empregada somente na certeza de infecção aguda materna (4,5). No caso dessa paciente, a indicação ou não dessa conduta deverá ser avaliada pelos médicos assistentes.

A taxa de transmissão materno-fetal da toxoplasmose varia principalmente de acordo com a idade gestacional no momento da infecção materna. Quando esta ocorre antes da 15ª. semana de gestação, pode resultar em transmissão transplacentária menor que 5%, podendo atingir 80%, se próxima do termo. Entretanto, as taxas de comprometimento fetal são menores se a transmissão ocorre nos últimos trimestres e extremamente graves quando a transmissão vertical ocorre no primeiro trimestre gestacional (6). É importante atentar que casos de diagnóstico de toxoplasmose na gestação tem indicação de referenciamento ao pré-natal de alto risco para seguimento concomitante.

A Toxoplasmose gestacional e congênita são patologias, de acordo com Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016 do Ministério da Saúde (que define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional ), de notificação compulsória semanal.

ASSUNTO(S)

saúde da mulher enfermeiro w99 outros problemas da gravidez/parto toxoplasmose toxoplasmose animal toxoplasmose congênita d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais

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