Quantos estudos ainda serão necessários para avaliar modelos de distribuição geográfica baseados em modelagem do nicho? Um pensamento indutivo pode estar fadado ao fracasso

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Biology

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010-05

RESUMO

A utilização de modelos de nicho ecológico (ENM) para gerar distribuições geográficas potenciais de espécies tem aumentado rapidamente nas áreas de ecologia, biologia da conservação e biologia evolutiva. O Método de Máxima Entropia (MAXENT) e o Algoritmo Genético para Produção de Conjunto de Regras (GARP) estão entre os métodos mais utilizados, e estudos recentes têm atribuído ao MAXENT um melhor desempenho no processo de modelagem com relação ao GARP. Neste trabalho, foram utilizados os métodos estatísticos ROC - AUC (area under the Receiver Operating Characteristics curve) e de reamostragem (bootstrap) para avaliar o desempenho do GARP e MAXENT em gerar modelos de distribuição potencial para 39 espécies de cobras corais do Novo Mundo. Os resultados mostraram que os valores de AUC para o GARP variaram de 0,923 a 0,999, enquanto que para o MAXENT variaram de 0,877 a 0,999. Em geral, as diferenças de AUC entre os dois métodos foram pequenas, embora o GARP tenha apresentado melhor desempenho que o MAXENT para 10 espécies. Valores de média e desvio padrão de 100 amostras variando de 3 a 30 espécies não revelaram qualquer tendência de desvio em relação à diferença zero entre valores de AUC do GARP menos valores de AUC do MAXENT. Estes resultados sugerem que mais estudos serão necessários para determinar sob quais circunstâncias o desempenho estatístico dos modelos varia, embora seja importante considerar também a possibilidade de que argumentações empírico-indutivas em favor de um ou outro método podem falhar, já que é quase impossível estabelecer todos os cenários potenciais causadores de variação no desempenho dos modelos.

ASSUNTO(S)

cobras corais elapidae modelos de distribuição potencial garp maxent

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