Quando ele fica bravo, o português sai direitinho; fora disso a gente não entende nada: o contexto multilíngüe da surdez e o (re)conhecimento das línguas no seu entorno

AUTOR(ES)
FONTE

Trabalhos em Linguística Aplicada

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-12

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo fazer uma reflexão sobre as línguas que habitam o entorno da criança surda filhas de pais ouvintes com o intuito de lançar luz à(s) língua(s) que nasce(m) nesse contexto pela necessidade que mães ouvintes e crianças surdas têm de se fazer entender na ausência de uma língua convencional (seja o português da comunidade majoritária ou a língua de sinais que é utilizada pela comunidade surda adulta). A motivação deste texto vem do desconforto que sinto em relação à noção de língua que permeia a área da surdez, a qual não permite que sejam consideradas como legítimas as diferentes as línguas que circulam nesse espaço, como uma alternativa de linguagem. Tal noção está ancorada em uma visão de língua homogênea e idealmente concebida (Cesar e Cavalcanti, 2007) e na dicotomização dessas línguas em apenas língua oral e língua de sinais pode invalidar ou colocar em desvantagem outras linguagens que nascem nesse espaço pela própria necessidade que têm pais ouvintes de se comunicarem com seus filhos surdos.

ASSUNTO(S)

língua materna segunda língua língua de sinais e surdez

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