Quando alunos surdos escolhem palavras escritas para nomear figuras: paralexias ortográficas, semânticas e quirêmicas

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Educação Especial

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-08

RESUMO

O Teste de Nomeação de Figuras por Escolha (TNF2.1-Escolha) avalia a habilidade de escolher palavras escritas para nomear figuras, e analisa processos quirêmicos, ortográficos e semânticos envolvidos. Foi aplicado a 313 surdos de 6-34 anos, de 1ª. série do Ensino Fundamental a 1ª. do Médio de quatro escolas bilíngües paulistas (dos quais 77% com perda congênita, e 49%, congênita-profunda), junto com TNF1.1-Escolha, e testes de vocabulário receptivo de sinais (TVRSL), competência de leitura de palavras (TCLPP), compreensão de leitura de sentenças (TCLS), nomeação de figuras por escrita (TNF-Escrita), e de sinais por escolha e escrita (TNS-Escolha e TNS-Escrita). Foi gerada tabela normativa de nomeação por série escolar. O TNF2.1-Escolha manteve as seguintes inter-relações positivas significativas: correlação muito alta (r = 0,89) com TNF1.1-Escolha; alta (r = 0,77-0,80) com escrita do nome de figuras (TNF-Escrita) e leitura de sentenças (TCLS), média (r = 0,62-0,68) com nomeação de sinais por escolha e escrita (TNS-Escolha, TNS-Escrita) e competência de leitura (TCLPP); e baixa (r = 0,36) com vocabulário de sinais (TVRSL). De 1.507 paralexias, houve 583 ortográficas, 546 semânticas e 378 quirêmicas. Estas revelam que, ao escolher palavras para nomear figuras, surdos primeiro evocam o sinal da figura e, depois, a palavra do sinal, corroborando a hipótese de que o léxico quirêmico indexa o ortográfico ao pictorial. Corroborando a validade do TNF2.1-Escolha em induzir paralexias, quanto maior a competência de leitura no TCLPP, menos paralexias ortográficas no TNF-Escolha, e quanto maior o vocabulário de sinais no TVRSL, menos paralexias quirêmicas no TNF2.1-Escolha.

ASSUNTO(S)

leitura avaliação surdez

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