Quando a ciência é ídolo: um comentário crítico sobre a psicologia moral nietzschiana de Leiter

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Nietzsche

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/01/2020

RESUMO

Resumo: A finalidade deste artigo é bastante pontual e específica: evidenciar os problemas do tratamento acrítico dado à psicologia por Brian Leiter em seu recente Moral Psychology with Nietzsche (2019). O autor inclui, sem se empenhar em qualquer discussão metodológica, a psicologia no rol do que chama de “ciências bem-sucedidas”, tomadas como i) certificadoras do m-naturalismo nietzschiano; ii) dotadas de primazia sobre a própria filosofia na determinação do que é um “raciocínio filosófico” significativo; iii) fornecedoras de um amplo e inconteste corpo de evidências de que a psicologia moral de Nietzsche “está certa” em relação a teses profundamente complexas. Minha exposição consiste em mapear a construção conceitual desse m-naturalismo, e, posteriormente, evidenciar que não há, na psicologia empírica contemporânea, nada próximo da caracterização pretendida por Leiter.Abstract: This article has a very specific purpose: to highlight the problems of Brian Leiter's uncritical treatment of psychology in his recent Moral Psychology with Nietzsche (2019). The author includes, without engaging in any methodological discussion, psychology in the list of what he calls "successful sciences" (i) as certifiers of Nietzschean m-naturalism; ii) as endowed with primacy over philosophy itself in determining what is meaningful "philosophical reasoning"; iii) as providing a broad and uncontested body of evidence that Nietzsche's moral psychology “is right” in profoundly complex theses. My expository strategy is to map, initially, the path taken by Leiter in the conceptual construction of his m-naturalism, and, later, to show that there is nothing in contemporary empirical psychology that legitimizes Leiter’s characterization.

Documentos Relacionados