Qualidade do rastreamento do câncer de colo uterino no Brasil: avaliação externa do PMAQ
AUTOR(ES)
Barcelos, Mara Rejane Barroso, Lima, Rita de Cássia Duarte, Tomasi, Elaine, Nunes, Bruno Pereira, Duro, Suele Manjourany Silva, Facchini, Luiz Augusto
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
20/07/2017
RESUMO
RESUMO OBJETIVO Analisar se as variáveis demográficas, socioeconômicas e da organização dos serviços estão associadas à qualidade do rastreamento do câncer de colo uterino. MÉTODOS Inquérito realizado em serviços de saúde das cinco regiões brasileiras em 2012. A amostra foi composta por usuárias de unidades básicas de saúde participantes do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica. As variáveis independentes analisadas foram: características socioeconômicas (contexto municipal); características demográficas (perfil de usuárias); e dois domínios relativos à organização dos serviços básicos (estrutura e processo de trabalho). A baixa qualidade do rastreamento foi avaliada por meio da falta de acesso, atraso na realização do exame e falta de recebimento de orientações. Análises bruta e ajustada por meio de regressão de Poisson avaliaram a associação entre os desfechos e as variáveis independentes. RESULTADOS A falta de acesso, atraso na realização do exame e falta de recebimento de orientações foram de 6,7%, 11,2% e 19,2%, respectivamente. Os problemas de qualidade foram menores de acordo com o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e da renda familiar per capita, aumentando com o porte populacional e a cobertura municipal da Estratégia Saúde da Família. A região Centro-Oeste do país apresentou as maiores ocorrências dos desfechos de baixa qualidade. As mulheres de raça indígena e amarela tiveram as maiores prevalências dos desfechos. As mulheres com companheiro, que recebiam o benefício do Programa Bolsa Família e tinham trabalho remunerado tiveram menos falta de acesso, menos atraso na realização do exame e menos falta de recebimento de orientações. O processo de trabalho adequado nos serviços de saúde diminuiu a probabilidade de baixa qualidade em todos os indicadores. CONCLUSÕES Investimentos em processo de trabalho das equipes de saúde, programas sociais de transferência de renda e condições sociais da população são essenciais para melhorar a qualidade do programa de rastreamento de colo de útero no Brasil.
ASSUNTO(S)
neoplasias do colo do Útero, diagnóstico fatores socioeconômicos serviços de saúde da mulher avaliação de programas e projetos de saúde
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