Qualidade do ar em ambientes internos hospitalares: parâmetros físico-químicos e microbiológicos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A qualidade de vida das pessoas é grandemente influenciada pela qualidade do ar que respiram. Em centros urbanos, mais de 80% do tempo é passado em ambientes internos. No caso específico de unidades de saúde, a qualidade do ar pode exercer influência direta no tempo de recuperação dos pacientes e na ocorrência de infecções hospitalares. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade do ar interno em três categorias de ambientes hospitalares: UTI neonatal, UTI e centro cirúrgico do Hospital Universitário (HU/UFSC) em Florianópolis (SC). Foram avaliados os seguintes parâmetros de conforto e indicadores de renovação do ar nos ambientes: temperatura, umidade relativa, concentração de dióxido de carbono, velocidade média das correntes de ar e vazão de ar de renovação. Esses parâmetros permitiram estabelecer a taxa de ocupação máxima aceitável em cada sala do centro cirúrgico. Foi realizada uma avaliação qualitativa dos compostos orgânicos voláteis (COV) nos ambientes internos através de cromatografia gasosa e espectrometria de massas, e seus resultados permitiram afirmar que existe acúmulo de COV em alguns dos ambientes estudados. Avaliou-se a técnica de amostragem passiva de bioaerossóis em um dos ambientes de estudo, onde se observou uma fraca relação entre o tempo de exposição das placas e a contagem de bioaerossóis. A concentração de bioaerossóis nos ambientes foi estudada através da amostragem ativa, utilizando-se um impactador em meio sólido com meios de cultura seletivos para fungos e bactérias. Estudou-se o comportamento da concentração de bioaerossóis no decorrer do dia, havendo relação com a taxa de ocupação do local. O tempo de uso das salas de cirurgia não acarretou em um aumento da concentração de bioaerossóis. Os resultados obtidos permitiram identificar fungos filamentosos dos gêneros Aspergillus e Penicillium como os mais freqüentes nos ambientes estudados. A eficiência dos filtros de um sistema de ar condicionado foi determinada quanto à remoção de fungos filamentosos do ar. Obteve-se 40,9% de eficiência para o filtro-bolsa e 100% para o filtro absoluto. A concentração média de bioaerossóis observada foi de 231 UFC/m3 para fungos e 187 UFC/m3 para bactérias. Foram identificados COV apenas nas salas do centro cirúrgico e na UTI, onde o número de compostos identificados não ultrapassou 15. Todos os ambientes avaliados atendiam aos valores recomendados pela legislação vigente. Entretanto, os resultados permitiram sugerir adequações a essa legislação para a qualidade do ar interno em ambientes de uso comum e dar sugestões para o estabelecimento de uma futura resolução específica para a qualidade do ar interno em ambientes hospitalares.

ASSUNTO(S)

dióxido de carbono engenharias ar - qualidade - avaliação compostos orgânicos voláteis hospitais filtros de ar - avaliçao ar condicionado - avaliação

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