Qualidade do ar, conforto térmico e desempenho de frango de corte em dois sistemas de aquecimento e de ventilação / Air quality, thermal comfort and broiler performance in two heating systems and of ventilation

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Dada a importância que a produção de frangos de corte ocupa no cenário mundial, temas como qualidade de vida, bem-estar animal e mudanças climáticas passaram a ser incorporados ao negócio avícola como condições imperativas à manutenção da atividade. Dessa forma, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a criação de frangos de corte em duas fases, a inicial sob dois sistemas de aquecimento e a de crescimento sob dois sistemas de ventilação, ambas tendo como base o conforto térmico, a qualidade do ar, o desempenho das aves e a umidade da cama aviária. Na fase inicial, acrescentaram-se também o efeito de cortinas e o consumo de combustível. Para tanto, foram realizados dois experimentos no período de 15 de agosto a 12 de setembro de 2005, utilizando-se quatro galpões similares de um mesmo núcleo, destinados à criação comercial de frangos de corte e situados na área experimental da Empresa Nogueira Rivelli Alimentos, localizada na região de Barbacena, Minas Gerais. No experimento 1, fase inicial da criação, utilizaram-se aves com idades entre 7 e 17 dias, alojadas em dois galpões equipados com fornalhas de aquecimento indireto do ar, uma tendo como combustível o gás liquefeito de petróleo e a outra, a lenha. Em cada um dos sistemas, foram alojadas 8.800 aves da marca COBB, constituídas por machos e fêmeas e recebendo o mesmo manejo. No experimento 2, fase de crescimento, utilizaram-se aves com idade entre 18 e 35 dias, alojadas em quatro galpões, dois equipados com o sistema de ventilação em modo túnel e dois com sistema lateral, cada um dos sistemas alojando 17.500 aves, da marca COOBB, na densidade de 18 aves.m-2, sendo metade machos e metade fêmeas. Em ambos os experimentos, os ambientes térmicos foram caracterizados por valores de temperatura do ar (Ta), umidade relativa (UR), índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU) e carga térmica radiante (CTR); a qualidade do ar no ambiente dos galpões foi caracterizada pelas concentrações dos gases amônia (NH3), dióxido de carbono (CO2) e monóxido de carbono (CO); e o desempenho das aves foi avaliado pelo consumo de ração (CR), peso vivo (PV), conversão alimentar (CA), taxa de mortalidade (TM) e índice de eficiência produtiva (IEP), sendo avaliado também, em ambos os experimentos, a cama aviária pelo seu teor de umidade. No experimento 1 também foi avaliado o efeito das cortinas sobre o sistema de aquecimento com base na temperatura do ar ambiente, bem como foram comparados os custos dos combustíveis utilizados nos dois sistemas de aquecimento. Considerando os valores decrescentes de ITGU de 78 a 70, na fase inicial, como principal indicador de conforto térmico, o sistema de aquecimento à lenha proporcionou melhor ambiente quando comparado com o sistema de aquecimento a gás; as três cortinas utilizadas nos dois galpões equipados com os sistemas de aquecimento a gás e a lenha, respectivamente, não foram suficientes para minimizar as trocas térmicas com o ambiente externo e, portanto, assegurar as temperaturas desejáveis de conforto para as aves, entre 31 e 26 C. Na fase de crescimento, com Ta entre 15 C e 26 C e ITGU entre 69 e 77, os dois sistemas de ventilação, o de modo túnel e o de ventilação lateral, foram eficientes para manter as aves em condições de conforto no interior dos galpões. Em relação à qualidade do ar e considerando como limites as concentrações de 20 ppm de NH3, 3.000 de CO2 e 10 de CO para aves e 20, 3.900 e 39 ppm para humanos, respectivamente, as concentrações mensuradas no interior dos galpões nas fases inicial e de crescimento das aves foram inferiores àquelas considerados de risco à saúde das aves e trabalhadores, à exceção do CO detectado no período noturno, no galpão equipado com o sistema de aquecimento à lenha, que ultrapassou o limite recomendado para aves. Os valores observados de umidade da cama nos galpões, tanto na fase inicial quanto na de crescimento das aves, não indicaram efeitos negativos tanto dos dois sistemas de aquecimentos quanto dos dois sistemas de ventilação, considerando-se como ideal a umidade entre 20% e 35%. Comparando os custos entre os materiais combustíveis, observou-se que o galpão equipado com a fornalha à lenha indicou uma economia da ordem de 34% em relação ao galpão equipado com a fornalha a gás. Quanto ao desempenho produtivo, notou-se que na fase inicial as aves alojadas no galpão equipado com o sistema de aquecimento à lenha apresentaram ganho de peso 0,95% maior e conversão alimentar 0,61% menor, portanto melhores valores do que o das aves alojadas no galpão equipado com o sistema de aquecimento a gás; e na fase de crescimento, comparando os galpões equipados com o sistema de ventilação em modo túnel e lateral, as aves alojadas nos galpões com o sistema lateral apresentaram melhores desempenhos, com ganho de peso de 4,3% maior, conversão alimentar 1,55% menor e índice de eficiência produtiva de 5,4% maior.

ASSUNTO(S)

construcoes rurais e ambiencia ventilation qualidade do ar heating aquecimento fornalhas animal welfare thermal comfort ambiente térmico furnace bem-estar animal ventilação air quality

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