Qualidade de vida em idosos da cidade de Rio Verde GO

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Nos últimos anos, tem havido um crescimento acelerado da população idosa no mundo, e também no Brasil. Dificilmente podemos dissociar o processo de envelhecimento da qualidade de vida - construto amplo, que abrange indicadores econômicos e desenvolvimento social - e que na terceira idade pode ser definido como a manutenção da saúde em seu maior nível possível nos aspectos físicos, sociais, psíquicos e espirituais. O Brasil ocupa o 69 lugar em termos de qualidade de vida da população geral comparado a outros países, no entanto pouco se conhece sobre a qualidade de vida do idoso brasileiro. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivos caracterizar em termos sóciodemográficos os idosos moradores de Rio-Verde, Goiás, bem como investigar a percepção desse grupo quanto a sua qualidade de vida. Participaram do estudo 390 idosos (♂=181; ♀=209), moradores das regiões urbanas, com idade igual ou acima de 60 anos ( X = 69;26 + 7,45), selecionados por uma amostragem aleatória estratificada por regiões censitárias da cidade. Foram utilizados dois instrumentos: 1) um questionário desenvolvido por Khoury, (2005) para a coleta dos dados sociodemográficos; 2) o WHOQOL- Abreviado, desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, que avalia a qualidade de vida a partir de cinco domínios: físico, psicológico, relações sociais, meio ambiente e global. Os dados obtidos foram analisados utilizando-se o programa estatístico SPSS, 12.0. Os resultados obtidos indicam que dentre os idosos estudados, as mulheres apresentaram maior índice de analfabetismo (57%) e maior índice de viuvez (78%) comparado aos homens (42,8% e 22%, respectivamente). A renda média mensal dos idosos é de até R$600,00, com uma variação de valores inferiores a R$150,00 até R$15.000,00. Quanto à situação funcional, 27% dos idosos (considerando-se homens e mulheres), ainda trabalha. São aposentados 51,1% dos homens e 48,9% das mulheres. A renda apresentou-se como fator influenciador da percepção da qualidade de vida. Encontraram-se correlações altamente significativas da renda do idoso e os escores de qualidade de vida, no domínio global (r = 0,35; p = 0,000) no domínio físico (r = 0,34; p = 0,000) no psicológico (r = 0,28; p = 0,000), no domínio das relações sociais (r = 0,20; p = 0,000) e no meio ambiente (r = 0,37; p = 0,00). A idade também influenciou a percepção da qualidade de vida dos idosos e correlacionou-se negativamente ao domínio global (r = -0,14; p = 0,008), ao domínio físico (r = -0,25; p = 0,000) e ao domínio psicológico (r = -0,16; p=0,000), o que indica que quanto mais velho o idoso, pior a qualidade de vida percebida. Em relação à saúde, foi encontrada diferença estatisticamente significativa em todos os domínios de qualidade de vida. As visitas de filhos e netos, autonomia, amizade, também influenciaram a qualidade de vida dos idosos de Rio Verde-GO. Os resultados obtidos estão em consonância com outros estudos desenvolvidos no país com idosos. De modo geral, a percepção da qualidade de vida pelos idosos estudados na cidade de Rio foi relativamente boa, a despeito das condições desfavoráveis em que a maioria vive

ASSUNTO(S)

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