Qualidade de vida e sintomas osteomusculares em medicos de um hospital universitario

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A presente pesquisa, de caráter descritivo, teve como finalidade contribuir para o conhecimento da ocorrência de sintomas osteomusculares e qualidade de vida em médicos cirurgiões e clínicos em um hospital universitário da cidade de Campinas, estado de São Paulo. Este trabalho dá continuidade à linha de pesquisa em Saúde do Trabalhador desenvolvida pelo Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Para isto, descreveu-se determinadas características pessoais e ocupacionais, avaliou-se a qualidade de vida e identificou-se a ocorrência dos sintomas osteomusculares nesta população. Foi utilizado um questionário auto-aplicável composto por três partes, contendo questões referentes aos Dados Gerais e Ocupacionais, o questionário genérico de avaliação da Qualidade de Vida (SF-36); e no que se refere aos sintomas osteomusculares foi utilizado a parte geral do Questionário Nórdico. Os aspectos éticos envolvidos no tema, abrangendo o sigilo pessoal e profissional dos entrevistados foi garantido em todas as etapas do trabalho. Participaram da pesquisa 186 médicos sendo, 91 cirurgiões e 95 clínicos, formados predominantemente pelo gênero masculino. A média da idade dos cirurgiões foi de 44,5 anos e dos clínicos de 46 anos. O tempo médio de atuação profissional na instituição pesquisada foi de 14,8 anos para os cirurgiões e 16,1 anos para os clínicos. A carga horária total de trabalho obteve um tempo médio de 51,8 horas/semana entre os cirurgiões e entre os clínicos foi de 44,1 horas/semana. Referiram trabalhar em outros locais desenvolvendo a mesma atividade 87,9% dos cirurgiões e 51,6% dos clínicos. Dentre as situações que mais os incomodavam durante a sua atividade de trabalho a falta de melhores condições de trabalho apresenta-se em primeiro lugar para os dois grupos. Em apenas um domínio do SF-36, "Aspectos Físicos" apresentou diferença estatística significante entre os grupos, sendo este valor menor entre os clínicos. No Questionário Nórdico, referiram apresentar sintomas osteomusculares pelo menos em uma região do corpo, 84,6% dos cirurgiões e 83,1% dos clínicos nos últimos 12 meses e nos últimos sete dias 52,8% dos cirurgiões e 50,5% dos clínicos. Ao comparar os dois grupos quanto ao impedimento de realizar as atividades normais verificou-se que os clínicos são mais prejudicados pelos sintomas nas regiões lombar e quadriVcoxa. Referiram buscar por auxilio a algum profissional da saúde devido a sintomas osteomusculares 43,3% dos cirurgiões e 30,4% dos clínicos. As regiões corporais mais atingidas, entre os participantes, foram a lombar, cervical, ombros e torácica. A procura por auxílio de um profissional da área da saúde e a influência na execução das atividades cotidianas reforçam o fato dos sintomas osteomusculares representarem um problema a estes trabalhadores. Os resultados apresentados confirmam a existência do problema e a necessidade de novas pesquisas.

ASSUNTO(S)

ergonomics doenças profissionais ergonomia occupational diseases

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