Qualidade de vida, ansiedade e depressão após infarto do miocáridio

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma doença vascular que resulta, quase sempre, do processo aterosclerótico com oclusão trombótica das artérias coronárias. Esta situação aguda causa desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio, com conseqüente necrose tecidual. Com o aumento do número de sobreviventes ao IAM, são maiores as preocupações com os cuidados clínicos, fato que tem motivado a busca por métodos que permitam uma mensuração objetiva e quantitativa da qualidade de vida (QV), da ansiedade e da depressão, fatores que devem ser enfocados, particularmente, no tratamento de médio e longo prazo. Para estes pacientes é também necessário comparar os diversos tipos de tratamento utilizados atualmente no pós-infarto, em especial a revascularização, seja ela percutânea ou cirúrgica, e o tratamento clínico isoladamente, com a finalidade de escolher aqueles mais eficazes e que mais se correlacionam com a melhor QV e menores graus de ansiedade e de depressão. O objetivo deste estudo é avaliar a qualidade de vida, a ansiedade e a depressão em pacientes após o IAM, por meio da aplicação dos questionários Mac New QLMI, IDATE e BDI, respectivamente, correlacionando-se essas variáveis com a presença dos fatores de risco e o tipo de tratamento instituído antes do recrutamento. Foram estudados 59 pacientes, com idade média de 57,70 +/- 6,96 anos, sendo 46 (78%) do sexo masculino e 13 (22%) do sexo feminino, selecionados a partir do arquivo médico do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, MG, todos tendo apresentado um episódio de IAM antes do início da avaliação. Os questionários foram aplicados, inicialmente, em agosto de 2003 e reaplicados em agosto de 2004. Os resultados foram analisados por meio de técnicas descritivas, utilizando-se também os coeficientes de correlação de Pearson e Spearman. Os resultados demonstraram que: a) houve redução nos níveis de ansiedade e depressão e piora na qualidade de vida entre as duas avaliações; b) os fatores de risco estresse e tabagismo, correlacionaram-se positivamente com a existência de depressão; c) a hipertensão arterial e o tratamento medicamentoso apenas, apresentaram correlação com maior ansiedade na avaliação inicial; d) a pior qualidade de vida se correlacionou com o tabagismo, na primeira avaliação, e com a presença de dislipidemia, após 12 meses; e) a depressão apresentou correlação significativa positiva com a raça negra e com a viuvez. Estes resultados demonstram a necessidade de acompanhamento destes pacientes em programas especiais de reabilitação, com abrangência multidisciplinar e com protocolos estabelecidos a partir de enfoque clínico, mas acompanhados sempre de uma avaliação da QV, ansiedade e depressão, que devem merecer atenção especial da equipe.

ASSUNTO(S)

ansiedade ciencias da saude quality of life depression depressão enfarte do miocárdio - pacientes anxiety qualidade de vida infarto depressão mental infarction

Documentos Relacionados