Qualidade de assistência ao parto em Goiânia, 2007
AUTOR(ES)
Margareth Rocha Peixoto Giglio
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
31/03/2010
RESUMO
Objetivo: avaliar a qualidade da assistência ao parto nos hospitais públicos e hospitais privados conveniados ao SUS em Goiânia, no ano de 2007. Metodologia: estudo descritivo analítico, onde foram avaliados 13 hospitais de Goiânia (10 privados conveniados ao SUS e 3 públicos) e estudada uma amostra de 404 partos normais realizados nesses hospitais. Os dados foram obtidos através de questionários e entrevistas realizadas com diretores dos hospitais, busca em prontuários, entrevistas com as puérperas e observação do atendimento ao parto nesses hospitais. Foram investigadas variáveis demográficas, obstétricas, estruturais, organizacionais e relacionadas ao processo e resultados da assistência ao parto. Realizou-se análise comparativa da qualidade de assistência entre as categorias de hospitais, com validação estatística dada pelo teste qui quadrado com significância de p<0,05 e análise dos fatores de risco para a qualidade de assistência utilizando-se o índice Bologna (indicador da Organização Mundial de Saúde), com cálculo do Odds Ratio com intervalos de confiança de 95% e p<0,05, para as associações encontradas. Resultados: a maioria dos partos (61,6%) foi realizada nos hospitais privados conveniados ao SUS (HPS). As taxas de cesarianas eletivas foram de 34,1% e 21.9% nos HPS e hospitais públicos (HP), respectivamente. Contudo, nos HPS as taxas de cesarianas foram diferenciadas a depender do agente financiador, com taxas de cesarianas eletivas de 25,4% para usuárias do SUS e de 93,9% para gestantes de convênios ou particulares. Apesar de 95,8% dos partos terem sido realizados pelo obstetra, apenas 30,8% desses tiveram pediatra em sala de parto. A porcentagem de cesarianas de urgência foi de 11,4% nos HPS e 19,4% nos HP. Importantes diferenças na organização hospitalar em relação à assistência ao parto foram observadas entre as categorias de hospitais, com ausência do pediatra na maioria dos partos realizados em HPS e ausência de médicos plantonistas para assistência à pacientes de convênios ou particulares nesses hospitais. A porcentagem de trabalho de parto e parto assistidos por profissional de saúde foi de 100%, na maioria das vezes por obstetra. A presença de partograma e de anotações das evoluções do trabalho de parto foram extremamente baixas nas duas categorias de hospitais, embora um pouco melhor nos HP, da mesma forma que a freqüência de avaliações dos parâmetros fundamentais para adequada assistência ao parto. A ausculta do BCF não foi realizada em 33% e 23% dos casos nos HPS e HP, respectivamente. Nas duas categorias de hospitais também foi alta a utilização de práticas consideradas danosas, como uso rotineiro de ocitócicos no trabalho de parto, e baixa a utilização de práticas consideradas benéficas, como presença do acompanhante familiar no parto. O índice Bologna dos partos normais foi muito baixo nas duas categorias de hospital, com média de 1 para os HPP e 2 para 7 os HP. A categoria de hospital foi o fator de risco independente que mais se associou à qualidade de parto medida pelo índice Bologna, sendo que a chance das gestantes atendidas nos HP receberem melhor qualidade de assistência foi 9,1 vezes maior em relação aos HPS. Conclusão: Os resultados mostraram baixa qualidade de assistência ao parto nos hospitais públicos e privados conveniados ao SUS em Goiânia, no ano de 2007, embora um pouco melhor nos primeiros hospitais. Por outro lado, a categoria de hospital foi o fator de risco com maior associação com a qualidade da assistência ao parto medida pelo índice Bologna
ASSUNTO(S)
perinatologia teses parto decs assistência perinatal decs serviços de saúde materno-infantil decs qualidade da assistência à saúde decs hospitais públicos decs hospitais privados decs epidemiologia descritiva decs fatores epidemiologicos decs estudos transversais decs dissertações acadêmicas decs tese da faculdade de medicina da ufmg
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8M4G6ZDocumentos Relacionados
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