Qual o tratamento para doença do refluxo gastroesofágico?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

A principal causa de esofagite é a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). A DRGE é uma doença crônica – a recorrência de sintomas com a interrupção do tratamento chega a 80%. A presença de esofagite à endoscopia pode predispor ao surgimento de estreitamento esofágico ou esôfago de Barrett.

Uma revisão sistemática e quatro ensaios clínicos randomizados (ECRs) adicionais levam à conclusão de que há evidência de que os inibidores da bomba de prótons (IBPs) aumentam a cicatrização de esofagite na comparação com o placebo e com antagonistas de receptor H2. (GRAU A). Assim, um tratamento de 1 mês com IBP em dose plena, como o omeprazol, 20mg em jejum, deve ser prescrito a todas as pessoas com esofagite comprovada endoscopicamente ou mesmo àquelas pessoas com sintomas de DRGE com endoscopia negativa.

Além disso, alguns fatores de risco que podem afetar os sintomas de DRGE devem ser abordados, como:

As medicações do paciente devem ser revisadas, evitando o uso de fármacos que podem causar ou exacerbar os sintomas.

Se os sintomas persistem após 1 mês de tratamento com dose plena de IBP, mais um mês de tratamento com igual dose deve ser prescrito. No caso de sintomas persistentes ou graves, a dose de IBP pode ser dobrada (no caso do omeprazol, 40mg em jejum). Esse aumento de dose pode ser particularmente benéfico nos casos de esofagite (GRAU C e D). Se a maior dificuldade do paciente for com sintomas noturnos que não respondem ao tratamento com IBP, um antagonista de receptor H2, como ranitidina, 150mg à noite, pode ser útil a curto prazo, em cursos de no máximo duas semanas para evitar tolerância. Na ausência de resposta a um segundo mês de IBP em dose plena ou um mês de dose dobrada, deve-se considerar um teste terapêutico com um antagonista de receptor H2 ou um pró-cinético, como metoclopramida ou domperidona, ou mesmo a referência para um especialista focal para a investigação e manejo de DRGE refratária.

Deve-se advertir a pessoa com DRGE de que os sintomas podem recorrer após a interrupção do tratamento; nesse caso, a pessoa deve retornar para avaliação. Um novo curso de tratamento com IBP em dose plena pode ser repetido, com limitação no número de prescrições. As pessoas devem ser encorajadas a manter a dose mais baixa necessária para controlar os sintomas, mas não deve ser inferior à dose plena nos seguintes casos:

Pessoas que recebem um curso de IBP como tratamento inicial de DRGE não necessitam de seguimento de rotina. Elas devem ser aconselhadas a retornar no caso de persistência ou recorrência dos sintomas, quando o tratamento a longo prazo deve ser discutido. Nesse caso, os sintomas e o uso de medicação devem ser revisados pelo menos anualmente.

ASSUNTO(S)

apoio ao tratamento médico d84 doença do esôfago refluxo gastroesofágico a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência

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