Qual o manejo inicial do paciente com diagnóstico recente de fibrilação atrial assintomático?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
FONTE
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
Frente a um paciente com fibrilação atrial (FA) assintomática identificada recentemente, a primeira conduta a ser tomada é avaliar a necessidade de encaminhamento a um serviço de urgência, que deve ocorrer no caso de pulso maior que 150 bpm e/ou pressão arterial baixa (PA<90 mmHg). Descartada urgência, é importante procurar identificar possíveis causas ou fatores precipitantes, por meio da avaliação dos seguintes exames:
O manejo medicamentoso da FA na APS inclui fármacos para o controle do frequência cardíaca (FC) e deve ser iniciado para todos os pacientes que não requerem avaliação de urgência, independente da necessidade de encaminhamento ao cardiologista para consideração de tratamento do ritmo cardíaco, quando: a FC de repouso é maior que 90bpm; a FC é acelerada durante o exercício a ponto de gerar intolerância. A escolha inicial deve recair sobre um beta-bloqueador (ex: atenolol) ou antagonista de canal de cálcio (ex: diltiazem), dependendo das medicações em uso e comorbidades. Digoxina pode ser considerada em pessoas mais velhas e sedentárias nas quais o controle da FC não vai ser necessário durante o exercício.
AVC/AIT prévio ou evento tromboembólico; mais de 75 anos com fatores de risco (Hipertensão arterial sistêmica, Diabetes mellitus, doença arterial coronariana, doença arterial periférica); evidência clínica de doença valvar ou insuficiência cardíaca, ou disfunção da função ventricular esquerda na ecocardiografia.
Risco moderado: 65 anos ou mais sem fatores de risco; menos de 75 anos com fatores de risco.
menos de 65 anos sem fatores de risco.
Nas seguintes situações é conveniente encaminhamento para cardiologista para avaliação e realização de acompanhamento conjunto; pessoa jovem (<50 anos); suspeita de FA paroxística; quando controle do ritmo é o tratamento preferido ou quando há incerteza quanto ao seu uso; tratamento medicamentoso para controle da frequência cardíaca ou tratamento antitrombótico que pode ser usado na Atenção Primária à Saúde são contraindicados; presença de doença valvar ou disfunção sistólica na ecocardiografia; Síndrome de Wolff-Parkinson-White ou um QT prolongado suspeito no ECG; frequência cardíaca difícil de controlar.
não é recomendado o uso da combinação antagonista de canal de cálcio e beta-bloqueador em ambiente de APS.
Todo paciente com FA tem indicação de receber terapia antitrombótica. A escolha entre Ácido acetilsalicílico (AAS) e Varfarina deve ser baseada no risco individual de Acidente Vacular Cerebral (AVC), no risco de sangramento, na probabilidade de adesão medicamentosa e preferência do paciente. De maneira geral, pacientes de alto risco têm indicação de uso de Varfarina (objetivando manter o RNI entre 2,0 e 3,0) e os de baixo risco de AAS (325mg/dia). Dentre os de risco moderado, qualquer um dos tratamentos podem ser considerados.
ASSUNTO(S)
cuidados primários de saúde médico k04 palpitações / percepção dos batimentos cardíacos fibrilação atrial
ACESSO AO ARTIGO
https://aps-repo.bvs.br/aps/qual-o-manejo-inicial-frente-a-um-paciente-com-diagnostico-recente-de-fibrilacao-atrial-assintomatico/Documentos Relacionados
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