Qual diferença entre dalteparina e enoxaparina em relação à eficácia e segurança no tratamento de trombose venosa profunda durante a gestação e puerpério?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Santa Catarina

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Não há diferença significativa entre dalteparina e enoxaparina em relação à eficácia e segurança no tratamento de trombose venosa profunda (TVP) [A]

. Ambas são heparina de baixo peso molecular (HBPM) e podem ser utilizadas para tratamento de trombose venosa profunda em gestantes e puérperas

, porém a dalteparina não deve ser usada em pessoas com síndrome coronariana aguda [A]

.

Para gestantes com TVP, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular recomenda terapia com doses ajustadas de HBPM subcutânea ou de heparina não fracionada (HNF)

, até seis semanas pós-parto (tempo mínimo de anticoagulação: três meses) ou o tempo necessário para completar o período preconizado de anticoagulação. No puerpério, a critério médico, pode- se iniciar antagonistas da vitamina K (AVK), mantendo-se concomitantemente a HBPM até que se atinja a razão normalizada internacional (INR) (tempo da atividade da protombina) alvo, entre 2 e 3, quando então, pode ser suspensa. Para gestantes sob tratamento com HBPM ou HNF, recomenda-se descontinuar a heparina no mínimo 24 horas antes da indução de parto eletivo. Em mulheres que engravidam durante o tratamento de anticoagulação para TVP, recomenda-se a substituição de AVK por HNF ou HBPM durante a gravidez

.

No Brasil, apenas a dalteparina está inclusa na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), com a justificativa de não haver diferenças quanto a eficácia e segurança, em relação a enoxaparina [A]

, e porque o custo do tratamento é maior para a enoxaparina sódica e a nadroparina cálcica comparado a dalteparina [D]

. Além disso, por ser a dalteparina efetiva na tromboprofilaxia em cirurgias abdominais de grande porte, na redução de eventos tromboembólicos em pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas de grande porte e na redução do risco de tromboembolismo venoso em pacientes clínicos com doença aguda grave

.

A doença tromboembólica é uma importante causa de morte materna e menos de 10% das gestantes com suspeita de TVP têm a doença confirmada por testes objetivos. O diagnóstico definitivo é essencial, pela necessidade de tratamento imediato, avaliação para trombofilias e profilaxia em gestação futura, por ser considerada uma gestação de alto risco. A TVP caracteriza-se pela formação de trombos dentro de veias profundas, com obstrução parcial ou oclusão, sendo mais comum nos membros inferiores

.

Portanto, para garantir o pré-natal e humanizar o atendimento de gestantes de alto risco para promover uma maternidade segura, espera-se que a equipe de atenção básica, como coordenadora do cuidado, acolha e oriente as gestantes e puérperas com TVP a evitar que o problema se agrave durante a gestação ou puerpério. Nessa lógica, é necessário ofertar serviços e ações conforme atribuições da Atenção Básica no cuidado às gestantes de alto risco, assim como realizar a coordenação do cuidado das usuárias ao longo da Rede de Atenção à Saúde (RAS), em especial a Rede Cegonha, promovendo o compartilhamento do acompanhamento junto aos serviços especializados de referência, de acordo com protocolos de Atenção Básica, organizando a referência e a contra-referência

.

Para atender às necessidades desse segmento, é necessário que a gestão municipal desenvolva estratégias com o objetivo de organizar a Rede Cegonha e os serviços de atenção à gestação, parto e puerpério, visando a uma assistência hierarquizada e integralizada no sentido de cumprir os princípios constitucionais do Sistema Único de Saúde (SUS). O Manual Técnico de Gestação de Alto Risco, do Ministério da Saúde, foi elaborado para orientar a equipe de saúde no diagnóstico e tratamento das doenças e/ou problemas que afligem a mulher durante a gravidez. Esse documento, objetiva também uniformizar as condutas, contribuindo para uma atuação mais coesa da equipe, assim como para a oferta de uma assistência eficiente e de qualidade

.

Não há diferença significativa entre dalteparina e enoxaparina em relação à eficácia e segurança no tratamento de trombose venosa profunda (TVP) para puérperas, porém a dalteparina não deve ser usada em pessoas com síndrome coronariana aguda;

o custo do tratamento é maior para a enoxaparina sódica e a nadroparina cálcica comparado a dalteparina.

 

ASSUNTO(S)

apoio ao tratamento médico k50 medicação / prescrição / pedido / renovação / injeção k90 trombose / acidente vascular cerebral dalteparina heparina trombose venosa trombose venosa profunda de membros superiores 1a – estudos de revisão sistemática / ou estudos ensaios clínicos randomizados (ecr) d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais

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