Qual a melhor via de parto para gestantes soropositivas?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde NUTES PE

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

No caso de cesariana eletiva, é necessário:

– Confirmar a idade gestacional adequadamente para evitar a prematuridade iatrogênica. Utilizar parâmetros obstétricos, como data da última menstruação correta, altura uterina, ultrassonografia precoce (preferencialmente no 1º trimestre, ou antes, da 20ª semana);

– Ser realizada na 38ª semana de gestação para evitar a prematuridade e/ou o trabalho de parto e a ruptura prematura das membranas;

– Caso a gestante tenha indicação para a cesárea eletiva, inicie o trabalho de parto antes da data prevista para a cirurgia e chegue à maternidade com dilatação cervical mínima (menor que 4 cm), o obstetra deve iniciar a infusão intravenosa do AZT e realizar a cesárea, se possível, após três horas de infusão.

A Atenção Primária à Saúde / Atenção Básica (APS/AB) tem um papel importante no cuidado a gestante soropositiva, desenvolvendo ações desde o aconselhamento anticoncepcional por meio de avaliação psicossocial, clínica e ginecológica-laboratorial (teste rápido e controle de carga viral em níveis indetectáveis antes da gestação), cuidado pré-natal estratificado como alto risco e atenção no puerpério. Além disso, a abordagem inicial a gestante infectada pelo HIV consistirá no seguimento do caso clínico, laboratorial e obstétrico, no qual nesse processo a atenção básica, especialmente a equipe de saúde da família deverá promover a adesão das suas gestantes ao pré-natal, realizando planejamento e o acompanhamento adequados, com o objetivo de garantir uma gestação com menor risco de transmissão vertical.

De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, toda gestante HIV positiva deverá ser encaminhada ao pré-natal de alto risco – Serviço de Atenção Especializada em DST/Aids (SAE).

No pré-natal de alto risco, medidas específicas deverão ser tomadas: detalhamento da história clínica, enfoque nos sinais clínicos sugestivos de manifestações da doença; avaliação laboratorial específica e uso de antirretrovirais para profilaxia da transmissão vertical ou do tratamento da infecção pelo HIV. Além disso, é importante a interlocução entre os profissionais da Equipe de Saúde da Família (ESF) e o serviço ambulatorial especializado saúde que compartilham o cuidado por meio da referência e contra-referência. Considerando a APS/AB coordenadora do cuidado, é relevante que a ESF também participe da atenção a essa gestante, estimulando-a a participar dos grupos de mulheres, orientações sobre a realização trabalho de parto e cuidados com o recém nascido, vigilância sobre o calendário vacinal e entre outras atividades inerentes ao pré-natal (BRASIL 2010; BRASIL 2013; BRASIL 2015).

A atenção à gestante HIV positivo consiste na participação de todos os profissionais da APS/AB, assim é crucial o envolvimento da ESF, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), médico(a) obstetra e infectologista da rede especializada, dialogando sobre a situação de saúde da gestante, avaliando as necessidades específicas dessa mulher na construção de um projeto terapêutico singular que canalize na oferta do cuidado integral, humanizado e resolutivo.

 

ASSUNTO(S)

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