Qual a eficácia da psicoterapia em relação ao abuso e/ou dependendência da maconha em pacientes ambulatoriais?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Objetivo secundário:

O tema é relevante para APS. Segundo dados do Centro Brasileiro de Informação sobre Álcool e Outras Drogas – CEBRID (2005), numa pesquisa realizada em 108 cidades brasileiras com população acima de 200 mil habitantes:

Tanto a TCC como a TM podem ser aprendidas e praticadas por profissionais de APS, seja individualmente como em grupo. Assim, associando fatores como vínculo do paciente com a equipe de saúde da família, terapia medicamentosa e psicoterapia o paciente terá uma chance ainda maior na diminuição do consumo ou até abstinência da droga. Entretanto, esses profissionais devem estar alertas paralelamente aos riscos dessas pessoas para a substituição de dependências em direção ao álcool.

 

 

Resumo e comentário por Adolfo Oscar Gigglberger Bareiro em 26 de Novembro de 2007

Principal estudo analisado

O estudo mais recente, de maior tamanho e melhor qualidade foi o de Babor1 (2004), grau de recomendação B do Projeto Diretrizes da AMB.

Há resposta a vários tipos de intervenções, mas a obtenção da abstinência contínua é menos frequente do que a diminuição do consumo de Cannabis. A abstinência não é o único desfecho importante dos tratamentos.

Analisou-se 39 estudos. Seis ensaios clínicos randomizados e controlados faziam a análise de algum tipo de intervenção psicoterapêutica para a dependência de cannabis em comparação com um grupo controle. Cinco dos estudos foram realizados no Estados Unidos e 1 na Austrália. Foram comparadas modalidades diferentes de tratamento:Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), Terapia Motivacional (TM) e apoio social tanto em sessões individuais como grupais.

O número total de participantes foi 1297, entre 18 e 65 anos. A duração dos estudos foi de 4 a 18 semanas. O número de sessões frequentadas variou de 55% a 78%. As taxas de conclusão das sessões propostas foram de 65% (TCC) a 45 % (TM). A baixa taxa de abstinência obtida comprova que, em pacientes ambulatoriais, a psicoterapia tem efeitos limitados na dependência de cannabis. No entanto, houve uma redução significativa no índice de severidade de adição quando comparados antes, durante e no final das terapias (p < 0,01).

Os sintomas da dependência foram menores na TCC do que na TM, embora a diferença não tenha significância estatística (p = 0,52). Os estudos demonstraram que a TCC, TM e o apoio social são efetivos para a diminuição do consumo da droga, independente das sessões serem individuais ou grupais. Houve, porém, um incremento no consumo de álcool em decorrência da diminuição do consumo de cannabis em 3, 6 e 12 meses de seguimento (p < 0,02).

ASSUNTO(S)

saúde mental p19 abuso de drogas abuso de maconha cannabis psicoterapia terapia cognitiva

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