Qual a abordagem para o tratamento da pneumonia em uma gestante? Que medicamentos usar?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessáude Mato Grosso

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Item avaliado

Presente

C

Confusão Mental

1

U

Ureia superior a 50mg/dl

1

R

Frequência respiratória superior a 30 irpm

1

B

Baixa pressão sanguínea arterial:sistólica menor que 90 mmHg ou pressão diastólica menor que 60mmHg

1

65

Idade superior a 65 anos

1

Total

5

CURB65

CRB65

Indicação

0 a 1 ponto

0 ponto

Tratar ambulatoriamente

2 pontos

1 a 2 pontos

Tratar em enfermaria hospitalar

3 a 5 pontos

3 a 4 pontos

Avaliar a possibilidade de tratamento na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)

Na paciente grávida a pneumonia mais comum é a pneumonia comunitária e o tratamento deve ser feito com antibióticos beta-lactâmicos e/ou com macrolídeos. De uma maneira geral as pneumonias na gravidez são similares a quaisquer outras pneumonias do adulto e geralmente causadas pelos mesmos patógenos. Entretanto, algumas características específicas da gravidez, tais como mudanças imunológicas (alteração da imunidade do linfócito T), mudanças fisiológicas (aumento do consumo de oxigênio) e mudanças anatômicas (elevação do diafragma) podem predispor a um aumento do risco de complicações.

Para qualquer paciente com pneumonia recomenda-se avaliação clínica preliminar do risco ou estratificação de risco para avaliar a gravidade e estabelecer se o tratamento poderá ser ambulatorial ou hospitalar. Entretanto, para maior segurança das pacientes grávidas com pneumonia, ainda que a estratificação seja importante, a decisão deverá ser predominantemente clínica. (1,9) Um bom método de estratificação de risco é o CURB65, que avalia os itens: confusão mental(C), ureia (U) (superior a 50mg/dl), frequência respiratória(R) (superior a 30 irpm), pressão sanguínea arterial(B) (diastólica inferior a 60 e sistólica inferior a 90 mmHg) idade (superior a 65 anos).

Outro método, o CRB65 que elimina a necessidade de dosagem da ureia, simplifica e acelera o processo de estratificação (de zero a 4 pontos). Se presente, cada um dos itens recebe um ponto e quanto maior a pontuação total maior será a gravidade.

Quando esse diagnóstico é feito na atenção primária recomenda-se a estratificação com o uso do CRB65.

Para qualquer mulher grávida, que necessite de alguma medicação, é fundamental que se conheça o “Fator de Risco” desse medicamento. O fator de risco foi desenvolvido com base no risco que uma droga tem para o feto, no sentido de comprometimento no desenvolvimento normal do mesmo. Assim, com base em pesquisas, a

(FDA) dos Estados Unidos, passou a atribuir a cada droga um fator de risco para a gravidez e foi criada uma categorização pelas letras A, B, C, D e X.  Os medicamentos das categorias A e B podem ser ministrados para grávidas e os das categorias restantes devem ser evitados. (2)

É a pneumonia mais comum na gravidez, sendo as bactérias os principais agentes causadores. Dentre as mais prevalentes estão o

e

. Entretanto, pela maior possibilidade de refluxo gastresofágico na gravidez, a pneumonia química, embora rara, também pode ocorrer. As pneumonias virais são geralmente pouco diagnosticadas. (3-6)

Tratamento ambulatorial: de modo geral o tratamento da pneumonia comunitária na mulher grávida é o mesmo que em pacientes não grávidas.

• Antibióticos: os macrolídeos e os beta-lactâmicos são os antibióticos de escolha, pelo fato de apresentarem boa cobertura antibiótica para a maioria dos patógenos da pneumonia comunitária, além de a maioria ser segura para a grávida. No tratamento ambulatorial de uma paciente previamente hígida pode-se utilizar a monoterapia com um macrolídeo ou com um beta-lactâmico. Dentre os beta-lactâmicos, as cefalosporinas, a ampicilina e ampicilina+sulbactam. Dentre os macrolídeos, a azitromicina e a eritromicina podem ser empregados com segurança.

• Embora possam ser também utilizadas em pneumonias comunitárias, as fluoroquinolonas, tetraciclinas, doxiciclina e claritromicina devem ser evitadas na mulher grávida.

(1,6-10)

Nas pacientes em tratamento ambulatorial a terapia antibiótica deverá ser continuada por cinco a sete dias. Entretanto, se os sintomas não melhorarem em três dias, considere aumentar o período do tratamento. (,8-10)

ASSUNTO(S)

apoio ao tratamento médico r81 pneumonia gestantes gravidez pneumonia pneumonia bacteriana a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência

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