Quais são os critérios para realizar a retirada de corticoide inalatório em adultos com asma?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Pode ser considerada a redução de dose (mínima dose efetiva) do corticoide inalatório em pacientes com asma controlada por pelo menos três meses e desde que haja baixo risco de exacerbações e função pulmonar estável.

– Quando os pacientes estão utilizando corticoide inalatório isoladamente em doses médias ou altas, – uma redução de 50% da dose pode ser tentada a cada 3 meses;

– Quando o controle é alcançado com baixa dose de corticoide inalatório isolado, duas vezes ao dia, a dose em uso pode ser administrada uma vez ao dia.

Deve-se considerar suspensão do tratamento após controle por 6 a 12 meses, porém com reavaliações periódicas, pois cerca de 60% a 70% dos pacientes necessitam reintrodução do corticoide no futuro.

É preciso escolher um momento oportuno para iniciar a redução de dose ou retirada do corticoide (sem infecções respiratórias, viagens, gestação) e garantir que o paciente tenha medicação de resgaste, caso seja necessário.

– Entende-se por asma controlada a ausência dos seguintes fatores:

– sintomas diurnos de asma mais de 2 vezes por semana;

– uso de broncodilatador de demanda mais de 2 vezes por semana;

despertar noturno por asma;

– qualquer limitação de atividade diária por asma.

São considerados fatores de risco para exacerbações as seguintes condições:

– intubação por asma ou internação em UTI alguma vez na vida;

– uma ou mais exacerbações graves nos últimos 12 meses;

– sintomas não controlados;

– uso de grande quantidade de broncodilatador de demanda (mais de 1 frasco ou 200 doses/mês);

– uso inadequado de corticoides inalatórios: má aderência, técnica inalatória incorreta;

– baixa função pulmonar, especialmente FEV1 abaixo de 60%;

– problemas psicológicos ou socioeconômicos importantes;

– exposição ao tabaco ou alérgenos, se paciente sensibilizado;

– comorbidades (obesidade, rinossinusite, alergia alimentar comprovada);

– eosinofilia no escarro.

1. Fanta CH. Treatment of intermittent and mild persistent asthma in adolescents and adults. Waltham (MA): UpToDate, 2017. Disponível em:

2. Global Initiative for Asthma. Global strategy for the asthma management and prevention. [S.l]: Global Initiative for Asthma, 2017. Disponível em:

3. Harzheim E, Agostinho MR, Katz N (Ed.). Asma [Internet]. Porto Alegre: TelessaúdeRS -UFRGS, 2015. Disponível em:

4. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o manejo da asma – 2012. J Bras Pneumol. abr 2012;38 (1): s1 -s46. Disponível em:

ASSUNTO(S)

apoio ao tratamento médico r96 asma asma corticosteroides doença pulmonar obstrutiva crônica doenças respiratórias

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