Quais os anestésicos locais estão indicados para o uso em gestantes?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Para as gestantes, no que se refere à classe dos anestésicos, deve-se decidir pela anestesia local. Quanto aos anestésicos locais não existem contra indicações; entretanto, devem-se observar aspectos relacionados a: técnica anestésica; quantidade da droga administrada; uso de vasoconstritores; efeitos citotóxicos e possibilidade de problemas no feto. Sempre que possível, uma terapêutica de espera deverá ser mantida para os três primeiros meses, como por exemplo, o adiamento de uma exodontia, mais com relação à intervenção cirúrgica do que com a anestesia em si.

Todavia, algumas evidências devem ser consideradas durante o processo de anestesia local em gestantes. O anestésico local pode afetar o feto de duas maneiras: diretamente (quando ocorrem altas concentrações na circulação fetal) e indiretamente (alterando o tônus muscular uterino ou deprimindo os sistemas cardiovascular e respiratório da mãe) (Oliveira, 1990).

A lidocaína é o anestésico mais apropriado para as gestantes, segundo a literatura pesquisada. Prilocaína e articaína não devem ser usadas por poderem levar à metahemoglobinemia, tanto na mãe quanto no feto (Malamed, 2004). A bupivacaína apresenta a maior cardiotoxicidade, maior penetrabilidade nas membranas do coração e maior resistência após eventual parada cardíaca. Em relação à mepivacaína, mais pesquisas devem ser realizadas já que seus riscos para o feto não são bem detalhados, portanto, seu uso é desaconselhado.

Quanto ao uso dos vasoconstrictores em gestantes, quando os benefícios superarem os riscos, os mesmos devem ser utilizados. Sem vasoconstrictor, o anestésico pode não ser eficaz, além de seu efeito passar mais rapidamente. A dor resultante pode levar o paciente ao estresse, fazendo com que haja liberação de catecolaminas endógenas em quantidades muito superiores àquelas contidas em tubetes anestésicos e, consequentemente, mais prejudiciais. A felipressina deve ser evitada em pacientes grávidas por ser derivada da vasopressina e, teoricamente, ter capacidade de levar à contração uterina. Noradrenalina na concentração 1:25.000 e 1:30.000 não devem ser usadas, tendo em vista o grande número de complicações cardiovasculares e neurológicos causados por essa substância, sendo a concentração 1:50.000 a mais indicada (De Castro et al., 2002).

ASSUNTO(S)

dentista a50 medicação / prescrição / pedido / renovação / injeção anestésicos locais gravidez d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais

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