Quais orientações o ACS deve realizar sobre cuidados com pé diabético em visitas domiciliares?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Mato Grosso do Sul
FONTE
Núcleo de Telessaúde Mato Grosso do Sul
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
Conforme o Manual do Pé Diabético, do Ministério da Saúde, algumas orientações devem ser feitas aos pacientes diabéticos diabetes com a finalidade de prevenir o desenvolvimento de pé diabético
:
– Realizar a inspeção diária dos pés (seja pelo próprio paciente ou com a ajuda de um familiar ou um cuidador orientado), incluindo as áreas entre os dedos. Caso tenha algum ferimento ou rachadura procurar o serviço de saúde com urgência;
– Caso não tenha alguém para olhar e avaliar se tem algum ferimento ou alteração nos pés, utilize um espelho e faça você mesmo;
– Realizar a higiene regular dos pés, seguida da secagem cuidadosa deles, principalmente entre os dedos;
– Cuidado com a temperatura da água, que deve estar sempre inferior a 37°C, para evitar o risco de queimadura;
– Evitar andar descalço, seja em ambientes fechados ou ao ar livre;
– Usar, sempre que possível, meias com costura de dentro para fora ou, de preferência, sem costura. – Procurar trocar as meias diariamente;
– Nunca usar meias apertadas e evitar usar meias altas acima do joelho;
– Olhar e palpar diariamente a parte interna dos calçados, a procura de objetos que possam machucar seus pés;
– Usar calçados confortáveis e de tamanho apropriado, evitando o uso de sapatos apertados ou com reentrâncias e costuras irregulares. Qualquer ferimento provocado pelo calçado pode ser a porta de entrada de bactérias e causar danos maiores;
– Evitar sapatos apertados, duros, de plástico, de couro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos. Além disso, recomenda-se a não utilização de calçados novos, por mais de uma hora por dia, até que estejam macios;
– Usar cremes ou óleos hidratantes para pele seca, porém, evitar usá-los entre os dedos. Não precisa ser um hidratante especifico ou caro, o importante é que faça o uso do produto;
– Cortar as unhas em linha reta, evitar cutucar as unhas com objetos cortantes. Diante de um quadro de unha encravada, deve-se encaminhar o indivíduo para consulta com o médico da equipe, para avaliação da necessidade de cantoplastia (remoção do canto lateral da unha em casos de unha encravada);
– Não utilizar agentes químicos, receitas caseiras ou emplastros para remover calos;
– Calos e calosidades devem ser avaliados e tratados pela equipe de saúde;
– Realizar a reavaliação dos pés com a equipe de saúde pelo menos uma vez ao ano (ou mais vezes, se for solicitado);
– Procurar imediatamente a Unidade de Saúde se uma bolha, corte, arranhão ou ferida aparecer;
– Em caso de dúvidas, procurar sempre a equipe de saúde.
A maioria das lesões (pé diabético) podem ser evitadas com orientações aos pacientes. Importante “supervisionar” nas visitas se o paciente está realizando os cuidados.
O pé diabético é uma série de alterações que podem ocorrer nos pés de pessoas com diabetes não controlado. Infecções ou problemas na circulação dos membros inferiores estão entre as complicações mais comuns, provocando o surgimento de feridas que não cicatrizam e infecções nos pés. Se não for tratado, o pé diabético pode levar à amputação
.
Algumas condições de pele são frequentemente encontradas durante a avaliação do pé diabético, podendo resultar no surgimento de feridas e outras complicações. As principais são
:
– Xerodermia (pele seca): a xerodermia (pele seca) é frequentemente encontrada em pacientes com diabetes devido à neuropatia e, por comprometer a elasticidade natural da pele, predispõe os pés às rachaduras e ulcerações.
– Calosidades: as calosidades são mais comuns em áreas de alta pressão na região plantar, decorrentes de deformidades nos pés.
– Alterações nas unhas: o corte inadequado das unhas pode resultar na ocorrência da unha encravada, com consequente trauma local e risco de infecção.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual do pé diabético: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica [Internet]. Brasília. 2016:64 p. Disponível em:
ASSUNTO(S)
cuidados primários de saúde agente comunitário de saúde s45 educação em saúde / aconselhamento/dieta atenção primária à saúde neuropatias diabéticas pé diabético visita domiciliar
ACESSO AO ARTIGO
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