Quais as recomendações para idade, periodicidade e indicação de mamografia na população?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer. Por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros), é realizada em um aparelho de raio X apropriado chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens e, portanto, possibilita um diagnóstico melhor. O desconforto provocado é discreto e suportável.

Estudos sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico como exame adicional o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como estratégia isolada de rastreamento. A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores como: tamanho e localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é igualmente dependente da qualidade do exame.

Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como método de detecção precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As conclusões de estudos de meta-análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia referem-se, principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50 anos, após um período de sete a nove anos de implementação de ações organizadas de rastreamento.

Em 2004 o Ministério da Saúde (MS) publicou o Controle do Câncer de Mama: Documento de Consenso recomendando as seguintes ações para rastreamento de câncer de mama em mulheres assintomáticas:

Na literatura também existe a recomendação de realizar a mamografia para rastreamento (ou de rotina) nas mulheres assintomáticas a partir dos 40 anos associada ao auto-exame mensal e exame clínico anual. Embora, os benefícios destes últimos não estejam cientificamente comprovados.

Apesar de ser aparentemente conflitante, a recomendação do MS não invalida a recomendação da literatura para as mulheres que têm acesso ao exame. A indicação de mamografia para mulheres assintomáticas entre 50 e 69 anos está de acordo com a faixa etária adotada em programas de rastreamento de diversos países.

Existem outras situações em que a mamografia de rotina também deve ser realizada:

Já a mamografia diagnóstica é aquela realizada em mulheres com sinais ou sintomas de câncer de mama. Os sintomas mais frequentes de câncer de mama são:

Outras situações diagnósticas com indicação de mamografia:

É muito importante a longitudinalidade (o acompanhamento destas mulheres), além do trabalho de conhecimento da população e a busca das mulheres que realmente precisam ser rastreadas. Infelizmente, muitas vezes são estas especificamente que não procuram atendimento na equipe de atenção primária à saúde.

Convém lembrar que mastalgia (dor nas mamas), apesar de queixa muito frequente, não representa indicação de mamografia, pois o sintoma “dor”, além de não indicar sintoma de câncer de mama, não tem expressão correspondente em imagens. Nos casos de mastalgia, a realização da mamografia seguirá o padrão de rastreamento, de acordo com a faixa etária da paciente.

ASSUNTO(S)

cuidados primários de saúde enfermeiro x76 neoplasias malignas da mama mamografia neoplasias da mama programas de rastreamento d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais enfermeria prevenção e controle do câncer

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