Quais as frequências audiométricas acometidas são responsáveis pela queixa auditiva nas disacusias por ototoxicidade após o tratamento oncológico?

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-03

RESUMO

INTRODUÇÃO: A perda auditiva neurossensorial bilateral simétrica resultante do tratamento oncológico é subestimada, pois os pacientes têm a detecção auditiva preservada, relatando queixa em determinadas situações, ou a não compreensão de parte da mensagem. OBJETIVO: Investigar quais as frequências audiométricas acometidas são responsáveis pela presença de queixa auditiva. MÉTODO: Estudo prospectivo avaliando 200 pacientes com câncer na infância fora de tratamento oncológico há no mínimo 8 anos, com idade média ao diagnóstico de 6,21 anos (4,71). Foi aplicada anamnese para investigar a presença de queixa auditiva e realizada audiometria tonal limiar. Para verificar a associação entre queixa e perda auditiva, foi empregado o teste exato de Fisher, com um erro a=5%. Os pacientes foram divididos em: audição normal, perda auditiva em 8kHz, perda em 6-8kHz, perda em 4-8kHz, perda em 2-8kHz e perda em <1-8kHz. RESULTADOS: Encontramos 125 pacientes com audição normal, 10 apresentaram queixa auditiva. Entre os pacientes com perda auditiva, 16 apresentaram perda somente em 8kHz, e 1 com queixa; 22 com perda em 6-8kHz, sendo 3 com queixa; 16 com perda em 4-8kHz, destes 10 com queixa; 15 com perda 2-8kHz, sendo 14 com queixa e 6 com perda em <1-8kHz todos com queixa. Houve relação estatisticamente significante entre perda e queixa auditiva (p<0.001), quando a frequência de 4kHz foi envolvida. CONCLUSÃO: Quanto maior o número de frequências acometidas maior a ocorrência de queixa auditiva, sobretudo quando as frequências da fala estão envolvidas, sendo que o acometimento de 4kHz já determina o aparecimento das queixas.

ASSUNTO(S)

perda auditiva bilateral perda auditiva neurossensorial oncologia impactos na saúde

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