Quais as evidências científicas para o uso da Espinheira Santa no tratamento de úlcera gástrica?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Santa Catarina

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Nome científico

Nome popular

Uso popular

Partes usadas

Via, Forma de utilização posologia e modo de usar

Efeitos adversos e toxicologia

Contra-indicação

Espinheira-santa

Azia, dispepsias, úlceras

Folhas

Infusão com uma colher de sobremesa de folhas em uma xícara de água quente 3 vezes ao dia

Pode diminuir a produção de leite

 

Evitar em grávidas e lactantes.

 

Maytenus aquifolia

Família: Celastraceae

Espinheira-santa

Azia, dispepsias, úlceras, mesmo uso da

M. ilicifolia

 

Folhas

Infusão com uma colher de sobremesa de folhas em uma xícara de água quente 3 vezes ao dia

Pode diminuir a produção de leite

 

Evitar em grávidas e lactantes.

 

Zollernia ilicifolia

(Brongn) Vog.

Família: Fabaceae

Espinheira-santa

Azia, gastrites

 

Folhas

Infusão com uma colher de sobremesa em uma xícara de água quente

Não há estudos, relatos sugerem cautela no uso

Por falta de estudos é melhor evitar uso em grávidas

Sorocea bonplandii

(Baill.) W.C. Burger,Lanj.& Wess.Boer

Família: Moraceae

Espinheira santa, chincho, folha da serra, ñanboyta

Azia, gastrites

Folhas

Infusão da folha

Não há relatos

Não há relatos

A

Mart. ex Reissek

conhecida popularmente como espinheira santa, pode ser utilizada nas gastrites, dispepsias e no tratamento coadjuvante de úlceras pépticas. Atua como reguladora das funções estomacais e promove a proteção da mucosa gástrica

.

Em revisão realizada sobre as propriedades farmacológicas da

Mart. ex Reissek

há relato de dois ensaios clínicos sobre a atividade da planta em pacientes com dispepsias e úlcera péptica. Em uma das pesquisas, os pacientes que utilizaram liofilizados (ausência de água, e bactérias no extrato) de espinheira santa apresentaram melhora significativa da sintomatologia dispéptica global e dos sintomas de azia e gastralgia, comparado ao grupo placebo. O segundo estudo investigou vinte pacientes portadores de úlcera péptica, os quais dez receberam tratamento com cápsulas diárias de liofilizado de espinheira santa e dez receberam placebo. Devido ao número de desistências e a cicatrização de úlceras também ter ocorrido no grupo placebo os resultados não foram estatisticamente relevantes. Ressalta-se a necessidade do aprofundamento das pesquisas clínicas em um maior número de pacientes que deverá ser observado por um período de 4 a 6 meses para que se possa ter uma resposta conclusiva sobre o efeito cicatrizante da espinheira-santa, já que os estudos de farmacologia pré-clínica são positivos

.

Além da

Mart. ex Reissekexistem outras espécies conhecidas popularmente como espinheira santa conforme se observa no quadro abaixo:

Família: Celastraceae

 

 

 

Família: Fabaceae

 

Família: Moraceae

Como não há muitos estudos da utilização das outras espécies de espinheira santa optou-se for dar ênfase aos aspectos terapêuticos e toxicológicos da

Mart. ex Reissek.

As ações dessa plantana úlcera péptica e gastrite envolvem mais de um mecanismo de ação e não se deve somente a um princípio ativo específico, mas a diferentes fitocomplexos, dentre esses, pode-se citar os terpenos, taninos, ácidos fenólicos e flavonoides

.

tomar 150 mL (3g das folhas secas em 150ml de água) logo após o preparo, três a quatro   vezes ao dia

.

mg de taninos totais expressos em pirogalol

.

tomar 10 a 20mL (da tintura a 20%) dividido em 2 ou 3 doses, diluído  em água

.

Pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a

Mart. ex Reissek. O infuso ou medicamento fitoterápico não é recomendado durante a lactação e a gravidez, pois diminui a produção de leite e pode provocar contrações uterinas

. Não há relatos na literatura de interações medicamentosas

.

É importante lembrar que os medicamentos fitoterápicos a base de

fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). As formas farmacêuticas recomendadas são: cápsula, emulsão, solução oral e tintura, logo, as equipes de saúde podem inclui-los na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) e adquiri-los pelo componente básico da Assistência Farmacêutica

.

A recomendação da utilização da

Mart. ex Reissek em pacientes com úlcera gástrica mostra-se favorável, possui baixa densidade tecnológica, fácil acesso e baixo custo, além de valorizar o saber popular, corroborando o princípio da integralidade da atenção. Ressalta-se a importância da educação permanente na atualização periódica de evidências clínicas que corroborem a etnofarmacologia da planta.

 

ASSUNTO(S)

apoio ao tratamento farmacêutico a45 educação em saúde/aconselhamento/dieta a50 medicação / prescrição / pedido / renovação / injeção celastraceae Úlcera gástrica

Documentos Relacionados