Psicoterapia: possibilidades de depreensão da imagem do sujeito discursivo / Psicoterapia: possibilidades de depreensão da imagem do sujeito discursivo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A Semiótica greimasiana é formulada como uma teoria da significação, cuja preocupação principal é explicitar as condições de apreensão e da produção do sentido, sob a forma de construção conceitual. Partimos do postulado saussuriano segundo o qual a significação é entendida como a criação e/ou apreensão das diferenças. A busca do sentido partiu, na presente pesquisa, de um objeto empírico, entendido como o enunciado da sessão de psicoterapia. Utilizamos o percurso gerativo de sentido como instrumento teórico-metodológico, que possibilitou a depreensão do estilo; a) gênero sessão de psicoterapia; b) do psicoterapeuta de uma das sessões. Outros três pilares teóricos empregados foram o conceito de gênero discursivo de Bakhtin, o conceito de éthos da Análise do Discurso de linha francesa e o estudo da prosódia, tal como encontrado em Carmo Jr. Pela análise do gênero discursivo, sugerimos que o diálogo da psicoterapia tem como característica principal o embasamento científico. Ter a "Análise do Comportamento" de base skinneriana como discurso fundador é um dos principais quesitos que torna o gênero psicoterapia diferente de outro gênero conversacional. A esfera de circulação do gênero engloba o discurso enquanto ciência do comportamento humano, dada no contexto de tratamento por um profissional da área da saúde. Psicoterapeuta e paciente são agentes desse discurso, que fazem crer na existência de dois sujeitos enunciadores, cada um modelado por um conjunto de determinados valores sociais. Uma característica em comum dos terapeutas nas quatro sessões foi a busca constante do objeto-que-falta aos pacientes. A partir de sua relação com o sujeitopaciente, cada sujeito-terapeuta cria um tipo diferente de programa narrativo a ser cumprido, para que o paciente possa adquirir competência. Não pode o terapeuta doar diretamente o objeto-valor ao paciente, não se fornece pronta a "autonomia", por exemplo; consegue-se, no entanto, criá-la ou construí-la a partir de um percurso no qual se alteram as competências do destinatário-paciente. Dever, querer, saber e poder fazer são modalidades, assentadas num contrato de fidúcia peculiar ao gênero. A confiança entre os atores sociais envolvidos numa sessão de psicoterapia supõe um acordo próprio ao gênero.

ASSUNTO(S)

gênero discursivo estilo style psychotherapie discursive gender. psicoterapia Éthos discurso fundador ethos semiótica semiotics originator discourse

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