Psicose após acidente vascular cerebral: até quando devemos tratar?

AUTOR(ES)
FONTE

Trends Psychiatry Psychother.

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2017

RESUMO

Resumo Objetivo: Descrever o caso raro de um paciente que desenvolveu sintomas psicóticos após um acidente vascular cerebral (AVC) no nível do hemisfério direito que remitiram com tratamento antipsicótico, mas parece precisar de uma terapêutica de manutenção com antipsicótico em baixa dosagem. Descrição de caso: Um homem de 65 anos apresentou-se no serviço de urgência psiquiátrica por um quadro persistente de delírio de ciúmes, ilusões visuais e agitação com início cerca de 1 mês após AVC isquêmico no nível da artéria cerebral posterior direita. Esses sintomas só desapareceram com doses terapêuticas de antipsicótico (risperidona 3 mg/dia). Após 2 anos de seguimento, o paciente não mais apresentava atividade delirante, e o tratamento antipsicótico foi progressivamente descontinuado durante o ano seguinte. No entanto, 1 semana após a suspensão total, o paciente começou a ficar agitado e desconfiado, tendo-se reiniciado a risperidona 0,25 mg/dia, com rápida remissão clínica. O paciente está medicado com esta baixa dose de antipsicótico há um ano, permanecendo psicopatologicamente compensado e sem sintomas psicóticos. Comentários: A psicose é uma complicação relativamente rara após AVC. Segundo nosso conhecimento, não há casos descritos até ao momento de psicose após AVC que, aparentemente, requerem uma dose baixa contínua de antipsicótico. Nosso caso sugere que uma terapêutica de manutenção com antipsicótico em baixa dosagem pode ser necessária para determinados pacientes com psicose após AVC, especialmente para aqueles com fatores de risco e início não agudo dos sintomas.

ASSUNTO(S)

psicose acidente vascular cerebral tratamento antipsicótico

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