Psicodinâmica do Trabalho: um estudo sobre o prazer e o sofrimento no trabalho docente na Universidade Óscar Ribas

AUTOR(ES)
FONTE

Saude soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/12/2019

RESUMO

Resumo Este artigo tem por base uma investigação realizada entre novembro de 2013 e janeiro de 2017, na Universidade do Minho (Portugal), sobre os docentes da Universidade Óscar Ribas (UOR) (Angola). Foi alicerçado num referencial teórico, a Psicodinâmica do Trabalho de Christophe Dejours, e teve como objetivos analisar os sintomas biopsicossociais e os sentimentos de prazer e/ou de sofrimento relacionados com o trabalho docente. Foi utilizada a metodologia quantitativa, que teve por base a aplicação de um questionário e duas escalas a 56 docentes da UOR. Verificou-se um nível moderado de prazer em 54% dos docentes e um nível moderado de sofrimento em 41% dos docentes inquiridos, o que revela o uso de estratégias defensivas, de forma a subverter o sofrimento gerado pelo trabalho. A identificação com as tarefas, a liberdade para falar no trabalho e a solidariedade entre colegas são os principais reveladores de prazer. Por outro lado, o estresse, o desgaste, os sentimentos de insatisfação, de injustiça, de indignação e esgotamento emocional, revelaram ser os principais indicadores de sofrimento. Os principais sintomas assinalados foram: físicos (alterações de sono, dores de cabeça e dores no corpo); sociais (dificuldades no relacionamento familiar e o desinteresse pelas pessoas); e psíquicos (irritabilidade e tristeza). Constatou-se ainda que os docentes de nacionalidade angolana são os que exibem melhores resultados gerais em termos de prazer, menos sofrimento e menos sintomatologia relacionada com o trabalho.Abstract This paper is based on an investigation carried out between November 2013 and January 2017, at University of Minho (Portugal), on the professors of Óscar Ribas University (UOR) (Angola). The article was based on a theoretical reference: the Psychodynamics of Work, of Christophe Dejours, and had as objectives to analyze the biopsychosocial symptoms and the feelings of pleasure or suffering related to teaching. A quantitative methodology was used, which was based on the application of a questionnaire and two scales to 56 professors from UOR. There was a moderate level of pleasure in 54% of the professors and a moderate level of suffering in 41%, which reveals the use of defensive strategies in order to subvert the suffering generated by work. Identification with tasks, freedom to talk at work and the solidarity among colleagues are the main revealers of pleasure; on the other hand, stress, weariness, feelings of dissatisfaction, injustice, indignation and emotional exhaustion prove to be the main indicators of suffering. The main symptoms are: physical (sleep disorders, headaches and pains in the body); socials (difficulties in family relationships and lack of interest in people); and psychic (irritability and sadness). It was also found that professors of Angolan nationality are those who exhibit better overall results in pleasure, less suffering and less work-related symptoms.

Documentos Relacionados