Provaveis correlações entre a biossintese de carotenoides e a maturação de maracuja

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1972

RESUMO

o maracujá é um fruto que, ultimamente, está chamando atenção para sua industrialização, principalmente pela aceitação comercial de seu suco. Várias aplicações estão sendo exploradas, tais como suco puro ou suco diluído, esterilizados ou preservados (mais comuns no Brasil); suco congelado, misturas com outros sucos = como, por exemplo, mistura de 5 a 10 % com suco de maçã - ou preparação de “punches”, “cordials”, “squashes”, bebidas carbonatadas, em mistura com bebidas alcoólicas e como aromatizante em produtos de confeitaria. O maracujá roxo (Passiflora edulis Sims.) e o maracujá amarelo (Passiflora edulis forma flavicarpa Degener) são os mais explorados comercialmente. A colheita do maracujá é feita; geralmente após a queda do fruto da planta sem que sejam utilizados como referências; resultados de análises físico químicas do suco. o teor em suco está acima de 30 % em relação ao peso do fruto. Seus constituintes químicos seguem mais ou menos padrão de outros frutos, ressaltando-se apenas a presença de amido. Os pigmentos identificados em suco de maracujá roxo são os carotenóides fitoflueno, alfa-caroteno, beta-caroteno e zeta-caroteno. Existem xantofilas mas não estão identificadas. Alguns exemplos da ocorrência de carotenóides em sucos de frutos explorados industrialmente são dados neste trabalho, mostrando que os carotenóides que ocorrem em suco de maracujá estão bem disseminados no reino vegetal. Em maturação de frutos, o normal é ocorrer um aumento teor de carotenóides, os quais, geralmente, são visualisados após o desaparecimento da clorofila. A biossíntese de carotenóides, que deve ocorrer durante o processo de maturação dos frutos, não está ainda completamente esclarecida. Diversas evidências são tomadas para a proposição de caminhos de formação dêsses compostos. Partindo-se de acetato (ou acetil coenzima A), uma série de transformações bioquímicas dá origem a ácido mevalônico que, por sua vez, produz isopentenil pirofosfato. Este, em uma série de reações de condensação, chega a geranilgeranil pirofosfato, composto de 20 carbonos. Admite-se que duas moléculas de geranilgeranil pirofosfato unem-se para dar origem ao fitoeno de 40 carbonos, e primeiro composto de uma série proposta para explicar a formação de outros carotenóides. O fitoeno sofre uma série de desaturações, produzindo vários intermediários, entre os quais fitoflueno, zeta-caroteno, licopeno e neurosporeno. Licopeno e neurospeno, por outros mecanismos, dariam origem a alfa-caroteno e beta-caroteno. Os carotenos incorporam oxigênio, formando as xantofilas. Muitas dessas passagens não estão bem esclarecidas, tais como os sistemas enzimáticos envolvidos, mecanismos de união de moléculas, de desaturação de ciclização e de incorporação de oxigênio. Os pigmentos identificados no suco de maracujá roxo estão localizados nos esquemas propostos para formação dos diversos carotenóides. Há necessidade de que se estabeleçam correlações bioquímicas entre a formação e o teor de pigmentos e outros constituintes importantes do suco de maracujá, para que se chegue a um padrão para colheita dos frutos

ASSUNTO(S)

maracuja biossintese carotenoides

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