PROPRIEDADES FUNCIONAIS DA LINHAÇA (Linum usitatissimum L.) EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE PREPARO E DE USO EM ALIMENTOS / FLAXSEED (Linum usitatissimum L.) FUNCTIONAL PROPERTIES IN DIFFERENT PROCESSING CONDITIONS AND USE IN FOOD

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A população mundial vem demonstrando crescente preocupação com a alimentação e seus constituintes, o que incentiva a indústria de alimentos a investir em produtos saudáveis e nos ditos alimentos funcionais. Entre os alimentos considerados funcionais encontra-se a linhaça (Linum usitatissimum L), um pequeno grão de formato oval com grande valor nutritivo por ser fonte de fibras, ácidos graxos essenciais e proteína. O presente trabalho teve como objetivo observar as propriedades funcionais da linhaça em diferentes condições de preparo e de uso em alimentos, o que foi realizado por meio da determinação da composição química do grão, de ensaio biológico em ratos e da análise do perfil de ácidos graxos. Quanto aos resultados, com a determinação da composição química verificou-se que a linhaça utilizada neste estudo é rica em lipídio (37,04g%), em proteína (16,69g%) e em fibras alimentares (32,9g%). No ensaio biológico, momento em que 32 ratos wistar machos recém desmamados receberam quatro tipos de ração (P: ração padrão conforme AIN; LC: ração com 16% de linhaça crua; LA: ração com 16% de linhaça assada a 180C por 40 minutos; e OL: ração com óleo de linhaça), constatou-se que a utilização do grão de linhaça cru, do grão assado e do óleo de linhaça resultou positivamente in vivo. Foi observada uma diminuição nos parâmetros bioquímicos glicemia, triglicerídio e colesterol total, aumento da excreção lipídica e da excreção fecal, sem alteração no desenvolvimento ponderal dos ratos nos tratamentos adicionados de linhaça, sendo que os dados mais positivos foram detectados nos animais que receberam o grão in natura. Por meio da cromatografia gasosa, realizou-se a análise do perfil lipídico do grão e do óleo de linhaça submetidos a diferentes processos envolvendo altas temperaturas: grão in natura (LC); grão assado em forno elétrico a 150C por 40 minutos (L150); grão assado em forno elétrico a 180C por 40 minutos (L180); grão aquecido em forno de microondas (LM); óleo de linhaça in natura (OL); e óleo de linhaça aquecido a 180C por 30 minutos (OF). Modificações no perfil de ácidos graxos saturados e insaturados foram detectadas, entretanto o grão e o óleo de linhaça mantiveram quantidades significativas de ácidos graxos poliinsaturados, principalmente de ácido Y-linolênico, em todos os tratamentos. Apesar dos menores benefícios causados pela linhaça processada (grão assado ou como óleo), observou-se que parte do ácido Y-linolênico permanece no alimento e é absorvido pelo organismo. Com tudo isso, é possível afirmar que a linhaça se mantém bastante estável quando submetida a diferentes processamentos envolvendo altas temperaturas, sendo uma fonte alternativa de ácido Y-linolênico. Entretanto mais estudos são necessários para estipular as doses adequadas para humanos, de acordo com as particularidades individuais.

ASSUNTO(S)

ratos linhaça ciencia e tecnologia de alimentos biological response fatty acids atividade biológica linum usitatissimum l. ácidos graxos linum usitatissimum l. flaxseed rat

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