Propriedades de blendas ternárias de polipropileno

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Os copolímeros heterofásicos ou blendas de reator formam um sistema bastante complexo constituído de um copolímero randômico de eteno-propeno (EPR), um copolímero de eteno-propeno com diferentes teores e seqüência de propeno, gerando uma fase rica em PE (co-PE), e homopolímero de propileno (PP). Estudaram-se três copolímeros heterofásicos com EPR de diferentes composições e teores diferentes do co-PE. Os copolímeros heterofásicos foram misturados com homopolímero de propileno (PP), com peso molecular similar ao da matriz polimérica, para obter blendas com diferentes proporções e composições de EPR. As composições das blendas foram determinadas pelas técnicas de fracionamento em xileno, FTIR e DSC. Os resultados da caracterização evidenciaram que as amostras são constituídas por homopolímero de propileno (PP), copolímero de eteno-propeno (borracha EPR) e copolímero de eteno-propeno rico em eteno (co-PE). A composição da amostra com maior teor de eteno na EPR e do co-PE resultou na formação de co-PE com dois perfis de composição. A morfologia dos sistemas estudados foi avaliada por microscopia de força atômica (MFA) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados mostraram uma grande distribuição do tamanho das partículas da EPR na matriz e a adição do PP nas amostras resultou no aumento dos domínios da EPR. As amostras com alto teor de co-PE e de eteno na EPR, apresentaram grandes domínios de co-PE no interior das partículas da EPR, interligados através de uma rede. Os domínios de borracha com grande quantidade de co-PE diminuiram a resistência ao impacto e aumentaram o módulo de elasticidade dos copolímeros. Essas alterações nas propriedades também podem estar relacionadas com a formação de fibrilas quando o teor de co-PE é grande e ao fato de que, nesses sistemas, as borrachas contém maior teor de eteno que conferem menor compatibilidade ao sistema. O comportamento térmico das amostras com baixo teor de co-PE e alto de EPR resultou no decréscimo da temperatura de cristalização (Tc) do co-PE, devido à sua dificuldade de cristalização, por se encontrar disperso no interior da borracha. A presença da EPR favorece a cristalização do PP em menor tempo devido ao efeito de tensionamento da borracha na matriz. Assim, o aumento do teor da EPR na blenda resulta no decréscimo da energia de ativação (DE) do PP. Nas amostras com maior concentração de co-PE e mesmo teor de EPR resultou em DE maior, devido à alta viscosidade do co-PE, dificultando a cristalização do PP. A adição de PP nas amostras favoreceu a cristalização do co-PE, que pode estar relacionado com a diminuição da restrição do co-PE dentro das partículas da EPR, conforme evidenciado por MFA.

ASSUNTO(S)

polipropileno

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