Propagação vegetativa do camu-camu (Myrciaria dubia (HBK) McVaugh) por meio da garfagem em diferentes porta-enxertos da família Myrtaceae. / Vegetative propagation of camu-camu (Myrciaria dubia (hbk) McVaugh) by grafting in different understocks from plants of the family Myrtaceae.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

A cultura do camu-camu (Myrciaria dubia (H.B.K.) McVaugh) tem despertado grande interesse comercial e sido alvo das indústrias que visam explorar a comercialização agroindustrial de sua polpa e suas potenciais aplicações farmacológicas. Devido à carência de informações sobre seu manejo em locais diferentes de seu ambiente natural, caracterizados pelas áreas inundáveis da região amazônica durante o período das chuvas, não existem grandes áreas cultivadas com a finalidade de atender a demanda exigida pela sua utilização em escala industrial. Este experimento tem por objetivo avaliar quais os melhores métodos de enxertia, por garfagem, e tipos de porta-enxertos que podem ser utilizados para propagar esta planta em terrenos não inundáveis. Utilizou-se o delineamento estatístico inteiramente ao acaso, onde foram selecionadas duzentas e quarenta plantas, de camu-camu, de goiabeira (Psidium guajava L.) e de pitangueira (Eugenia uniflora L.), que receberam quatro diferentes tipos de enxertia (fenda cheia, fenda lateral, inglês simples e fenda de colo) originando doze tratamentos. Cada tratamento era composto de sessenta plantas da mesma espécie, divididas em unidades experimentais de doze plantas com cinco repetições. Estes tratamentos foram avaliados, mensalmente, durante um período de oito meses. Durante o período de avaliação, tanto o porta-enxerto goiabeira como o de pitangueira, apresentaram problemas de incompatibilidade com os garfos de camu-camu. A análise estatística foi realizada através do teste qui-quadrado, ao nível de 5% de significância, com os dados referentes aos diferentes tipos garfagem em porta-enxertos de camu-camu, durante os oito meses de avaliações. As análises demonstraram que o melhor método foi a enxertia em fenda lateral com 78,96% de pegamento, diferente estatisticamente dos demais. As enxertias realizadas em fenda de colo (53,96%) e em fenda cheia (47,71%) demonstraram pegamento intermediário e não diferiram estatisticamente entre si. A enxertia inglês simples apresentou a menor porcentagem estatística de plantas formadas (25,83%). Lâminas com o material vegetativo, de camu-camu, goiabeira e pitangueira utilizados, foram preparadas para estudos microscópicos, a fim de que se pudesse avaliar os aspectos anatômicos relacionados ao processo de incompatibilidade. O estudo destas, permitiu a observação de que houve proliferação celular com estabelecimento de conexão vascular no material compatível (camu-camu), enquanto que o não surgimento de indícios de divisão celular, que pudessem sugerir a formação do calo, e o acúmulo de substâncias fenólicas foram observados no material vegetal que apresentou incompatibilidade (goiabeira e pitangueira). Todos os quatro tipos de garfagem avaliados podem ser utilizados no processo de formação de mudas, sendo que a enxertia em fenda lateral apresentou a maior porcentagem de pegamento para enxertos e porta-enxertos de camu-camu. Devido à problemas de incompatibilidade, a propagação vegetativa do camu-camu (Myrciaria dubia (H.B.K.) McVaugh) não é recomendada em porta-enxertos de goiabeira (Psidium guajava L.) e pitangueira (Eugenia uniflora L.).

ASSUNTO(S)

vegetal propagation frutas tropicais propagação vegetal tropical fruits door-enxertos porta-enxertos camu-camu

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