Pronunciamentos contábeis brasileiros: evidências do entendimento dos auditores independentes do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/02/2012

RESUMO

Diante da necessidade de informações financeiras comparáveis, órgãos reguladores, profissionais da área contábil, pesquisadores e outros interessados estão imersos em um cenário, em que o emprego de um padrão internacional nas demonstrações contábeis das empresas do mundo tem sido cada vez mais requerido. Os progressos são visíveis, visto que, aproximadamente, 120 países já adotam normas concernentes às Normas Internacionais de Contabilidade. Todavia a preocupação de alguns autores quanto à efetiva comparabilidade das informações financeiras ainda persiste. Tais inquietações, oriundas de pesquisadores como Doupnik e Riccio (2006), Nobes (2006) e Chand, Patel e Day (2008), fundamentam-se na possibilidade de que as diferenças culturais, políticas, sociais e até mesmo comportamentais dos contabilistas sejam fatores determinantes para interpretações e aplicações díspares, mesmo com a utilização de normas idênticas. Sendo assim, este estudo tem o objetivo de identificar quais são as interpretações dos auditores independentes das empresas cadastradas na CVM, no que concerne a quatro Pronunciamentos Contábeis brasileiros que abordam os tributos diferidos, os custos de empréstimos, as provisões e os passivos contingentes e o ativo intangível. Os dados foram coletados a partir de um questionário adaptado de Chand, Patel e Patel (2010). Com base nas respostas, buscou-se identificar a existência de associação das interpretações dos auditores com cinco variáveis referentes ao tamanho da empresa, à familiaridade com as normas, ao nível de conservadorismo e à experiência profissional em atividades de auditoria e em atividades relacionadas às IFRS. Para tanto, aplicou-se o Teste Qui-quadrado. Como resultado, verificou-se a falta de consenso nas respostas dos auditores da amostra. Observou-se, ainda, que as interpretações dos auditores com distintos tempos de experiências em auditoria foram estatisticamente semelhantes. Contudo tais interpretações foram estatisticamente distintas em função: do tamanho da empresa e da familiaridade com as Normas Internacionais de Contabilidade (nível de significância de 5%); e do nível de conservadorismo e do tempo de experiência com atividades relacionadas às IFRS (nível de significância de 10%). À luz desses resultados, infere-se que, diante do uso de uma mesma norma, existe a possibilidade de que os profissionais brasileiros efetuem interpretações distintas e, consequentemente, tomem decisões que permitam a existência de relatórios contábeis não comparáveis.

ASSUNTO(S)

auditores independentes interpretação das normas pronunciamentos contábeis administracao administração financeira contabilidade normas international financial reporting standards interpretation of the standards independent auditors

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