PROMOÇÃO DA SAÚDE DA MULHER MASTECTOMIZADA: AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIA EDUCATIVA / HEALTH PROMOTION MASTECTOMIZED WOMENS: ASSESSMENT OF EDUCATIONAL STRATEGY

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O câncer mamário depende de ações pontuais da promoção da saúde, proteção específica e diagnóstico precoce. A promoção da saúde na reabilitação da mastectomia mediante estratégias educativas pode ser eficaz, pois promove conhecimentos sobre saúde, influencia as decisões para adoção de hábitos saudáveis, assim como motiva uma ação desejada, articulando as intervenções apreendidas na manutenção da saúde. Objetivou-se avaliar a tecnologia educativa (manual) implementada a mulheres mastectomizadas quanto ao conhecimento adquirido sobre aspectos ligados ao câncer de mama e à motivação para mudança comportamental no seu autocuidado por meio do Modelo Transteórico (MTT). Estudo avaliativo, descritivo, transversal e quantitativo. A intervenção avaliada foi o manual educativo sobre o câncer de mama e a reabilitação. A amostra foi composta por 125 mulheres de acordo com critérios de inclusão, dentre eles, tempo de cirurgia (>15 dias) e escolaridade (>5 ano do ensino fundamental). A coleta foi realizada de abril a agosto de 2009 numa instituição especializada em oncologia, em três fases denominadas: preparatória, operacional I, correspondendo à aplicação do questionário pré-teste e escala URICA antes da leitura do manual, e operacional II, ao pós-teste e escala URICA após a leitura. Os dados foram extraídos de questionários pré e pós-teste (avaliação do conhecimento) e escala URICA - University of Rhode Island Change Assessment Scale (avaliação dos estágios de mudança comportamental). Os dados receberam tratamento descritivo, sendo calculadas médias, desvio-padrão, freqüências e percentis. Na avaliação e comparação do conhecimento, os resultados foram organizados em tabelas e gráficos, sendo feitos os testes t-Student e McNemar, considerando significantes p<0,005. Sobre as características das mulheres, a idade variou de 24-84 anos (m=51,66), predominaram casadas-viúvas (63,2%), ensino fundamental (44,8%), ocupação fora do lar (56%), renda familiar até um salário mínimo (44,8%, m=2,57), a maioria submetida a mastectomia (68%). Das que fizeram tratamento (N=122), 57,4% passaram por duas modalidades. A história familiar apresentou-se em 81 (64,8%), sendo 74 (91,4%) em parentes de primeiro grau. Quanto ao conhecimento, o pós-teste aumentou 10% de acertos. Das questões, a mais acertada foi o nome da cirurgia (97,60%) e a menos, a reconstrução mamária (58,40%). Todas as questões foram estatisticamente significantes, exceto a dos cuidados com o dreno (p=0,743). Ao comparar o conhecimento após a leitura, as mulheres revelaram melhor desempenho, exceto sobre a reconstrução mamária (p=0,754), não sendo estatisticamente significante. No referente à motivação, a menor media no pós-teste foi na pré-contemplação (m=15; Dp=2,65). Na comparação, encontraram-se diferenças significativas antes e depois na pré-contemplação (p=0,0001) e na manutenção (p=0,0001), não sendo encontrada diferença na contemplação (p=0,211). Para ação, houve forte indicativo de maior média no pós-teste em relação ao pré-teste (p=0,051). A avaliação do conhecimento e a motivação apresentaram resultados positivos com distribuições sem disparidades entre as médias antes e após a intervenção. Mesmo o estudo evidenciando a possibilidade de motivação, a cognição é fundamental para a compreensão e conseqüente adesão às orientações. Conclui-se que o manual educativo é um recurso favorável à reabilitação da mastectomizada, pois motiva a mulher ao autocuidado e à promoção da sua saúde.

ASSUNTO(S)

enfermagem

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