Proliferação e morte celular durante a foliculogenese de Prochilodus argenteus da bacia do Rio São Francisco

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2012

RESUMO

Estudos sobre a reprodução de teleósteos fornecem informações básicas sobre o desenvolvimento de gametas e possibilitam o melhor manejo de populações de peixes em ambientes naturais e em sistemas de cultivo. A formação, o crescimento, bem como a involução dos folículos ovarianos após desova são acompanhados por remodelação da matriz extracelular tanto quanto por proliferação e morte celular programada. Essas alterações morfológicas podem influenciar a maturação gonadal e a esteroidogenese. O presente trabalho teve como objetivo analisar remodelação da matriz extracelular, a proliferação e a morte celular durante o desenvolvimento e a regressão dos folículos ovarianos de Prochilodus argenteus. Para isso, o estudo foi realizado em duas etapas. Inicialmente, avaliou-se a foliculogênese de peixes mantidos em cativeiro e submetidos à desova induzida por hipofisação. Durante a involução dos folículos pós-ovulatórios, observou-se a queda dos níveis plasmáticos de 17 estradiol após a desova que pode ter contribuído para a intensa apoptose de células foliculares. Pela análise imunohistoquímica, laminina 2 e colágeno tipo IV foram identificados como os principais constituintes da membrana basal. A perda de integridade da membrana basal devido à lise dos seus principais constituintes coincidiu com o aumento da apoptose folicular. Os resultados indicaram que a enzima metaloproteinase da matriz 9 está envolvida na maturação final e na involução dos folículos pós-ovulatórios. Na segunda etapa, avaliou-se a proliferação e morte celular durante a foliculogenese, além da vitelogenese de P. argenteus capturados em dois trechos do rio São Francisco: trecho 1 (S1) logo após a barragem de Três Marias, e trecho 2 (S2) na confluência do rio São Francisco com o rio Abaeté. Tanto o desenvolvimento dos folículos quanto o sucesso na reprodução e a frequência de atresia folicular são influenciados por fatores ambientais que atuam no eixo hipotálamo-hifófise-gonada. Em S1, baixos níveis de oxigênio dissolvido foram registrados no período chuvoso. A temperatura da água foi maior em S2, independentemente do período analisado. Em S1, os ovários continham ovócitos menores, alta atividade enzimática de caspase-3 e apoptose, baixos valores de IGS e PCNA, como também uma menor expressão de catepsina-D, quando comparados às fêmeas capturadas em S2. No período seco, a análise da freqüência relativa das estruturas ovarianas mostrou apenas ovogônias e ovócitos perinucleolares em peixes de ambos os trechos. Por outro lado, no período chuvoso, a frequência relativa de ovogônias e ovócitos perinucleolares diminuiu e dos ovócitos vitelogênicos aumentou em S2. Folículos pós-ovulatórios foram observados apenas em S2, enquanto folículos atrésicos ocorreram em maior frequência em S1. Em conclusão, nossos resultados sugerem que a estrutura e composição da matriz extracelular, e os níveis plasmáticos de 17 estradiol estão relacionados à apoptose, e desempenham papel importante durante o desenvolvimento folicular e recuperação ovariana pós-desova. Além disso, mostraram que a apoptose, proliferação celular e catepsina-D podem ser utilizados como biomarcadores de impacto ambiental.

ASSUNTO(S)

biologia celular teses prochilodus argenteus teses. matriz extracelular teses. apoptose teses. são francisco, rio, bacia (mg-al) fase folicular decs foliculogenese

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