Projeto Sorria Bairro-Escola: levantamento epidemiológico e análise dos condicionamentes sócio-econômicos familiares relacionados à saúde bucal dos pré-escolares das creches municipais da cidade de Nova Iguaçu, RJ, Brasil.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O Brasil pode ser considerado o país dos dentistas. Segundo o Conselho Federal de Odontologia, são, ao todo, 223.127 profissionais. Contudo, a perda dentária precoce é grava. Uma criança brasileira de 3 anos ou menos já possui, pelo menos, um dente com experiência de cárie. Aos 5 anos esta média aumenta para quase 3 dentes atacados. O objetivo desta pesquisa é registrar a prevalência de cárie dentária de estabelecimento precoce na população participante do projeto Sorria Bairro-Escola da prefeitura de Nova Iguaçu, composta pelos 609 pré-escolares, das 14 creches municipais, na faixa estaria de 2 a 5 anos de idade, assim como verificar se há interrelação dos condicionantes sócio-econômicos dos pais com o estado de saúde bucal dos filhos. O levantamento epidemiológico foi realizado em junho de 2007. Os exames foram procedidos nas próprias creches, após escovação supervisionada, em ambiente amplo, com boa iluminação, sob luz natural, com os examinados deitados em bancadas simulando macas. Seis acadêmicos de Odontologia foram previamente calibrados em quarenta horas por um cirurgião-dentista especialista em Saúde Coletiva, mestrado em Saúde Coletiva, mestrado em Odontopediatria e coordenador do projeto, supervisionados por um professor doutror, coordenador do Mestrado em odontopediatria, todos da Unigranrio. A população foi composta por 312 indivíduos do sexo masculino (51,2%) e 297 do feminino (48,8%). Em todas a faixa etária estudad, 62,6% (380) dos pré-escolares apresentaram-se livres de cárie (ceo-d = 0), e 37,4% (229) tinham experiência de cárie dentária (ceo-d>0). O índice ceo-d médio encontrado foi igual a 1,5 (+/- 2,6), sendo o componente cariado responsável por 90,4% do índice ceo-d médio encontrado foi igual a 1,5 (+/- 2,6), sendo o componente criado responsável por 90,4% do índice, o componente extraído/extração indicada por cárie responsável por 8,2% e o componente obturado por 1,4%. Dos filhos que apresentam ceo-d=0, 50,3% dos pais e 44,5% das mães não registram queixa de dor nos dentes e gengivas nos últimos 6 meses. Contudo, 9,2% dos pais e 13,7% das mães que apresentam queixa de muita dor nos dentes e gengiva no mesmo período tinham filhos com ceo-d=0. Afirmaram que já tinham ido ao dentista, ao menos uma vez, 86,6% dos pais e 89,7% das mães. A última visita foi há menos de 1 ano para 30,8% dos pais e 37,6% das mães. Com ensino superior, 94% dos pais e 71,7% das mães tinham filhos sem experiência de cárie dentária (ceo-d=0) e nenhum filho com ceo-d>10. Com ensino fundamental, 65,2% dos pais e 61% das mães tinham filhos livres de cárie. Com renda familiar>3 salários mínimos, 90,5% das famílias tinham filhos com ceo-d>10. O programa Epi Info 6.04d e o teste Qui-quadro foram utilizados para tabular os dados e analisar os resultados, com 5% de significância estatística. Conclui-se ser praticamente nulo o acesso dos pré-escolares a serviços de saúde bucal, evidenciando, dentre outros fatores, pelo fenômeno da polarização, com pequenos grupos de crianças concentrando grande quantidade de cáries. Os condicionantes sócio-econômicos, de origem não biológica, exercem importante influência sobre as variantes biológicas. Há urgente necessidade de implantação de um programa permanente de precoce de saúde bucal para esses alunos.

ASSUNTO(S)

odontologia odontologia saúde escolar odontopedria levantamento de saúde bucal assistência odontológica

Documentos Relacionados