Programas de responsabilidade social: entre a teoria e a prática na perspectiva de bancárias / Social responsibility programs: theory and practice from the perspective of banks

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/04/2011

RESUMO

Dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2009, demonstram o aumento contínuo da participação feminina no mercado de trabalho, sendo que a porcentagem de mulheres no conjunto de trabalhadores cresceu de 39,6%, em 1993, para 44, 7%, em 2009. Apesar desse aumento, pouco se observa de evolução em relação às relações de gênero. O acesso das mulheres ao trabalho remunerado permanece condicionado pela domesticidade de suas relações, como se fosse uma dimensão exterior às suas vidas, levando à dupla ou tripla jornada de trabalho. Ainda como agravante desta situação, o insuficiente desenvolvimento de políticas públicas que permitam socializar os custos dos cuidados familiares confirma que a gestão das demandas conflitivas entre família e trabalho permanece, em grande parte, responsabilidade do setor privado. A empresa socialmente responsável se propõe a respeitar os direitos dos trabalhadores, consolidados na legislação trabalhista e nos padrões da Organização Internacional do Trabalho. Nesse contexto, os bancos têm se destacado no campo da responsabilidade social. Dessa forma, este estudo buscou analisar se as ações dos programas bancários de responsabilidade social corporativa respondem às necessidades e demandas do segmento feminino pesquisado e, caso contrário, quais são as estratégias adotadas pelas mulheres para conciliar as atividades domésticas com as do trabalho remunerado. Realizou-se uma pesquisa qualitativa de natureza exploratóriodescritiva. A pesquisa teve, como objeto de estudo, os programas de responsabilidade social voltados para as funcionárias de bancos da rede pública e privada das cidades de Arcos, Formiga e Piumhi, do estado de Minas Gerais. A população pesquisada consistiu de 12 funcionárias dos bancos que estavam passando por períodos de gestação, ou que já possuíam filhos a partir do ano de 2000 e que, assim, teriam que conciliar o trabalho remunerado com as atividades domésticas. A coleta de dados foi realizada por meio da pesquisa bibliográfica e entrevista fundamentada em um roteiro semiestruturado. Para a análise dos dados utilizou-se estatística descritiva, complementada por tabelas. Os dados qualitativos foram tratados com base em uma análise das falas das bancárias. Os resultados mostraram que os programas de responsabilidade social dos bancos, eram abrangentes e desconsideravam especificidades, como as questões relacionadas ao segmento feminino. Assim, os problemas pessoais, familiares e laborais enfrentados pelas mulheres poderiam ter sido minimizados ou solucionados se existissem programas que atendessem às suas demandas particulares. Embora as funcionárias tenham relatado o apoio dos bancos durante o período de gestação e maternidade, na verdade este apoio está previsto em lei. A presença de empregadas domésticas ou mesmo a ajuda de parentes, inclusive do cônjuge, liberava as mulheres para a execução do trabalho remunerado restrito à jornada de trabalho que tinham que cumprir. Por outro lado, elas não tinham tempo pessoal e o lazer estava reservado às atividades com as crianças. A presença de marido e filhos ainda as restringia na progressão da carreira. Mesmo com todas as dificuldades para conciliar os diferentes papéis e demandas, as mulheres se sentiam realizadas com o exercício da maternidade

ASSUNTO(S)

bancárias interface família-trabalho remunerado responsabilidade social corporativa economia domestica corporate social responsibility paid work-family interface banking

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