Programa de oxigenoterapia domiciliar para crianças egressas de uma unidade neonatal: relato da experiência de dez anos

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Paulista de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010-09

RESUMO

OBJETIVO: Descrever os resultados do programa de oxigenoterapia domiciliar, com uso de concentrador de oxigênio, utilizado por crianças egressas de uma unidade neonatal ao longo de seus primeiros dez anos. MÉTODOS: Estudo de corte transversal com componente analítico para avaliar o programa de oxigenoterapia domiciliar de uma unidade neonatal de um hospital público universitário do interior do Estado de São Paulo durante o período de novembro de 1996 a dezembro de 2006. RESULTADOS: Foram identificadas 160 crianças com indicação de oxigenoterapia domiciliar, das quais 63,3% apresentavam displasia broncopulmonar. Em média, 3,0% de todos os pacientes internados e 8,6% dos recém-nascidos com peso inferior a 1500g ao nascer receberam alta em oxigenoterapia. A duração média do uso de O2 no domicílio foi de 42,3±54,0 dias. Na comparação das características demográficas da população e do tempo de uso de O2 domiciliar, não se observaram diferenças significativas entre os anos. Não houve correlação entre o tempo de ventilação mecânica e a duração da terapia domiciliar. Houve necessidade de cuidados especiais, além do uso de O2 e medicações, em 22,3% dos casos. Nos primeiros dois anos de vida, a taxa de morbidade e de mortalidade foram, respectivamente, 40,1 e 14,1%. CONCLUSÕES: O uso de oxigênio domiciliar, com sistema de concentrador de oxigênio, é uma alternativa terapêutica factível em nosso meio, merecendo mais atenção dos profissionais de saúde e maior investimento das instituições de saúde. São necessários mais estudos nacionais para se aprimorar a qualidade do atendimento e a segurança destes programas para a população neonatal.

ASSUNTO(S)

oxigenoterapia displasia broncopulmonar prematuro neonatologia assistência domiciliar

Documentos Relacionados