Profissionalismo Médico: Efeito da Diversidade Sociodemográfica e da Organização Curricular no Desempenho Atitudinal dos Estudantes de Medicina

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. educ. med.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-12

RESUMO

RESUMO Introdução: A diversidade socioeconômica e demográfica no ambiente educacional e o desenvolvimento de attitudes profissionais estão associados ao aumento na qualidade da assistência em saúde. Apesar da importância dessa diversidade para a equidade e acessibilidade ao sistema de saúde, sua repercussão no aprendizado atitudinal dos estudantes em nosso meio ainda é muito pouco estudada e avaliada. Objetivo: Avaliar a influência das diferenças demográficas, sociais e económicas e da organização curricular no desempenho atitudinal de estudantes de graduação em Medicina em diferentes fases do curso. Método: Em 2012, o desempenho atitudinal de 310 estudantes de Medicina foi avaliado mediante a aplicação de uma escala de atitudes profissionais de cinco pontos. Os participantes eram de diferentes séries do curso de graduação em Medicina de uma escola pública de Medicina de Brasília (DF). A escala de atitudes utilizada era composta por seis fatores — Comunicação; Ética; Excelência Profissional; Autoavaliação; Crenças; Determinantes Sociais; e um fator geral chamado Profissionalismo Médico — e foi validada para as finalidades desta pesquisa. O coeficiente de fidedignidade (a de Cronbach) para as diferentes dimensões da escala variou de 0,65 a 0,87. A diversidade dos estudantes foi avaliada de acordo com gênero, idade, religião, sistema de ingresso no curso (cotistas sociais/não cotistas) e condições socioeconómicas. Resultados: Os autores observaram um declínio nos escores médios de atitude em várias dimensões da escala durante a fase clínica, comparada à fase pré-clínica do currículo. Estudantes do gênero feminino obtiveram escores de atitudes mais positivos do que os do gênero masculino. Estudantes que declararam ter uma religião tiveram melhores escores do que os que se declararam ateus, agnósticos ou sem religião. Não houve correlação entre idade, estado civil e renda familiar e o desempenho atitudinal medido pela escala. Estudantes que ingressaram no curso pelo sistema de cotas expressaram maior interesse em trabalhar no sistema público de saúde. Conclusões: Houve um declínio do escore de atitude dos estudantes de Medicina com a progressão do curso. Estudantes do gênero feminino apresentaram escores de atitudes mais positivos que os do gênero masculino. Filiação religiosa parece influenciar positivamente o desempenho atitudinal dos estudantes.

ASSUNTO(S)

atitude do profissional de saúde escala de atitude graduação em medicina diversidade acadêmica profissionalismo médico

Documentos Relacionados