Profilaxia cirúrgica secundária do acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório de origem indeterminada em pacientes com forame oval persistente

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-09

RESUMO

INTRODUÇÃO: A prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) ou ataque isquêmico transitório (AIT) de origem indeterminada recorrente em adultos com forame oval persistente (FOP) representa um desafio terapêutico. O tratamento farmacológico antitrombótico é amplamente usado, mas a sua indicação é limitada, devido principalmente às suas importantes complicações. OBJETIVO: Demonstrar a eficácia da atriosseptorrafia como profilaxia secundária do AVC ou AIT de origem indeterminada em pacientes com FOP. MÉTODO: Foram estudados 47 pacientes, sendo 31 homens e 16 mulheres com eventos isquêmicos cerebrais. Todos foram submetidos a fechamento cirúrgico direto do FOP. A idade media foi de 40 anos. Não foi achada causa concomitante do AVC ou AIT após investigações, as quais incluíram testes de coagulação sanguínea, ecocardiografia transesofágica de contraste (ETE), ultra-sonografia doppler transcraniana e extracraniana (UDT), monitorização eletrocardiográfica de 24 horas, ressonância magnética cerebral (RMC) e tomografia axial computadorizada (TAC). Os critérios para indicação cirúrgica foram pelo menos dois dos seguintes eventos: aneurisma do septo interatrial, infartos cerebrais múltiplos, eventos cerebrais múltiplos e história de manobra de Valsalva antes do AVC ou AIT. RESULTADOS: Não ocorreram complicações durante ou após as operações. Quatro pacientes apresentaram arritmia transitória algumas horas após a operação, sem fibrilação atrial, nem instabilidade hemodinâmica ou embolismo. Todos os pacientes sobreviveram em classe I (NYHA) e durante seguimento médio de 36 meses nenhum paciente apresentou recorrência do AVC ou AIT. Todos os pacientes foram submetidos prospectivamente a RMC e ETE de contraste com simultânea UDT. Apenas um paciente apresentou desvio residual direita-esquerda, menor do que o desvio pré-operatório, porém sem lesões na RMC. CONCLUSÃO: A atriosseptorrafia em pacientes com suspeita de embolia paradoxal é segura e pode evitar o AVC ou AIT recorrente nos primeiros 36 meses de seguimento.

ASSUNTO(S)

acidente cerebrovascular septo cardíaco embolia paradoxal

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