Produtores rurais e indústria madeireira no Rio de Janeiro do final do século XVIII: evidências empíricas para a região do Vale do Macacu

AUTOR(ES)
FONTE

Ambiente & Sociedade

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004-12

RESUMO

A história sócio-florestal do Brasil Colônia traduz-se como o desenvolvimento articulado de uma grande diversidade de formas de apropriação ambiental. Até agora, contudo, esta história tem sido contada quase exclusivamente do ponto de vista da agricultura e seus atores hegemônicos, os grandes latifundiários de exportação. O objetivo deste artigo é colaborar para a ampliação de nosso leque analítico, investigando outra forma de apropriação - a indústria da madeira - bem como seus agentes sociais específicos. São analisados, como estudo de caso, dados empíricos do ano de 1797 referentes à fabricação comercial de madeira de construção pelos habitantes de Santo Antônio de Sá, tradicional distrito madeireiro do Rio de Janeiro setecentista. Indicadores quantitativos (participação das classes agrárias no número de madeireiros, tanto total como interno à classe, e as produções médias), corroborados por indícios textuais - como o da troca de madeira por mantimentos nas tavernas - revelam que os atores responsáveis por esta produção eram os pequenos produtores de subsistência. Este resultado, argumenta-se, pode ser explicado pela grande dificuldade enfrentada por estes rurícolas na obtenção de dinheiro e/ou excedentes de significativo valor de troca. Apesar das limitações inerentes ao pequeno "tamanho" do caso analisado, o estudo, ao expandir nossa concepção sobre o papel ambiental do pequeno produtor - não somente como agricultor, mas também como madeireiro - abre um novo caminho analítico para o estudo de nossa história florestal colonial.

ASSUNTO(S)

indústria madeireira produtores rurais vale do macacu rio de janeiro setecentista história ambiental

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