Production systems of bean intercropped with Eucalyptus or Brachiaria / Sistemas de produção de feijão em consórcio com eucalipto ou com braquiária

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Com o objetivo de estudar o desempenho do consórcio do feijoeiro com eucalipto ou com braquiária, foram instalados três experimentos no campo experimental da Universidade Federal de Viçosa, localizado em Coimbra, MG. O primeiro experimento foi implantado em março de 2006, com o eucalipto (híbrido urograndis) no espaçamento de 3 x 2m, e o feijoeiro sendo cultivado no espaçamento de 0,50m entre fileiras, nas safras da seca de 2006 e das águas de 2006- 2007. Os tratamentos foram dispostos em esquemas fatoriais, envolvendo dois cultivares de feijão (Ouro Vermelho e Ouro Negro) e seis populações de feijoeiro (1 a 6 fileiras intercalares), na safra da seca, ou quatro populações (1 a 4 fileiras de feijão), na safra das águas, mais os monocultivos do eucalipto e do feijão. No segundo experimento, conduzido nas safras das águas de 2006- 2007 e da seca de 2007, os tratamentos foram dispostos em esquemas fatoriais envolvendo duas espécies de braquiária (B. brizantha cv. Marandu e B. decumbens cv. Basilisk), três modos de plantio da forrageira (plantio simultâneo na linha do feijão, plantio simultâneo na entrelinha do feijão e plantio na época da capina do feijão) e dois manejos da dessecação pré-colheita do feijão (com Paraquat, 400 g.ha-1, e sem dessecação), mais os monocultivos do feijão e da braquiária. No terceiro experimento, conduzido nas safras da seca de 2007 e das águas de 2007-2008, os esquemas fatoriais envolveram as mesmas espécies de braquiária empregadas no segundo experimento e seis doses de fluazifop-p-butyl (0; 7,81; 15,62; 31,25; 62,50 e 125,00 g.ha-1), além do monocultivo do feijoeiro e da braquiária. Em todos os casos, o delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. Os resultados permitiram concluir que os cultivares de feijão Ouro Vermelho e Ouro Negro têm desempenhos semelhantes no consórcio com o eucalipto, tanto em relação ao rendimento de grãos quanto ao seu efeito no desenvolvimento inicial da espécie florestal. O cultivo de até cinco fileiras intercalares de feijoeiro em consórcio com o eucalipto proporciona rendimento de grãos equivalente ao obtido no monocultivo, sem prejudicar o desenvolvimento inicial do eucalipto. De modo geral, a B. decumbens apresenta maior desenvolvimento que a B. brizantha no consórcio com o feijão, mas é mais competitiva com o feijoeiro, reduzindo a sua produtividade. O plantio tardio da braquiária em consórcio com o feijoeiro prejudica o seu estabelecimento, sendo recomendada a semeadura simultânea do feijoeiro e da braquiária no sistema de consórcio. A dessecação da vegetação na pré-colheita do feijão retarda o estabelecimento da pastagem, devendo esta estratégia ser utilizada apenas nos casos em que o crescimento da forrageira possa dificultar ou mesmo impossibilitar a colheita do feijão. A produtividade do feijão consorciado com a braquiária é maior na safra da seca, mas o estabelecimento da forrageira é mais rápido na safra das águas. Na safra da seca, a utilização de 7,81 g.ha-1 de fluazifop-p-butyl no consórcio do feijoeiro com a B. decumbens proporciona rendimento de grãos equivalente ao do monocultivo do feijão, sem prejudicar o estabelecimento da pastagem. O consórcio com a B. brizantha dispensa o uso do herbicida. Na safra das águas, independentemente da espécie de braquiária, é necessário a aplicação de 31,25 g.ha-1 de fluazifop-p-butyl para que o rendimento de grãos do feijoeiro consorciado seja equivalente ao do monocultivo, sem prejudicar a formação da pastagem aos 60 dias após a colheita do feijão.

ASSUNTO(S)

cultivo consorciado sistemas agroflorestais agroforestry systems integração lavoura-pecuária intercropping fitotecnia

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