Produção intensiva de surubins híbridos em gaiolas: estudos de caso / Cage production of hybrid surubins: Case studies

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A utilização do sistema de tanques-rede na criação intensiva de peixes é uma alternativa para o aproveitamento racional dos corpos de água existentes no Brasil, impróprios para a prática da piscicultura convencional. Diversas espécies nativas apresentam potencial para a aqüicultura, como é o caso dos pintados e surubins. O presente estudo teve como objetivo identificar os fatores limitantes à produção comercial de surubins híbridos(Pseudoplatystoma fasciatum × P. coruscans) em gaiolas. Foi estudado o caso de um empreendimento na região de Santa Maria do Itabira, MG (19o26’58” S; 43o06’45” W; altitude 750 m). Em uma primeira avaliação, de abril a outubro de 2.000, vinte e sete gaiolas foram utilizadas para verificar efeitos do volume da gaiola (27,0 m3; 22,5 m3 e 13,5 m3) e densidade de estocagem (25 peixes m-3, 50 peixes m-3 e 75 peixes m-3) sobre o desempenho zootécnico dos animais e econômico dos nove arranjos produtivos (APn). As características da água permaneceram entre limites aceitáveis para a criação da espécie. A melhor sobrevivência, o melhor índice de conversão alimentar, o maior ganho de peso médio, o maior ganho de peso médio diário e o maior crescimento específico foram medidos no AP1, que usou gaiolas de menor volume (13,5 m3) povoadas com a maior densidade de estocagem (75 peixes m-3). A melhor avaliação econômica foi do AP9 (27,0 m3, 75 peixes m-3) que obteve uma taxa interna de retorno (TIR) de 122,95%, com um custo de produção de R$ 6.56 kg-1 de peixe. A segunda avaliação foi realizada variando a densidade de estocagem de 50, 75, 100 ou 125 peixes m-3 em gaiolas com volume de 10,8 m3, no período de outubro de 2.000 a março de 2.001. O maior índice de crescimento específico, o maior ganho de peso médio, o maior ganho de peso médio diário e o melhor índice de conversão alimentar aparente foram obtidos com o arranjo produtivo de 50 peixes m-3. Já o maior ganho de biomassa e o maior ganho de biomassa por unidade de volume foram conseguidos com o arranjo produtivo 125 peixes m-3. O menor custo unitário por quilo de peixe do arranjo produtivo 75 animais m-3 não significou que ele fosse a melhor decisão de investimento, já que ele apresentou a menor taxa interna de retorno e o pior prazo para a recuperação do capital investido. A taxa interna de retorno de 87,21% foi calculada para o investimento feito para 28 gaiolas com o arranjo produtivo que usou 100 animais m-3.

ASSUNTO(S)

cages tanque-rede performance gaiolas surubim desempenho animal produção animal aquaculture aqüicultura surubim

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