Produção in vitro de embriões em Bos indicus sob estresse calórico / In vitro embryos yield in heat-stressed Bos indicus

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Dez vacas Gir foram adaptadas em tie-stall por 28 dias (Fase I/ pré-tratamento/ dias -28 a -1), sendo submetidas a duas sessões de OPU (dias -14 e -7). Na Fase II (tratamento/ dias 0 a 28) as mesmas foram divididas em Controle (GC/n=5) e Estresse (GE/n=5). O GC permaneceu em normotermia e o GE foi submetido a estresse calórico (EC) em câmara climática com temperatura e umidade controladas [38°C e 80% UR (DIA); 30°C e 80% UR (NOITE)], por 28 dias, procendendo-se, nesta fase, cinco OPU/fêmea. Na Fase III (pós-tratamento / dias 28 a 147) todas as fêmeas retornaram à normotermia (ambiente), sendo realizadas mais 17 OPU/fêmea. Diariamente foram registradas as temperaturas de bulbo seco (TBS) e úmido (TBU) e o índice de temperatura e umidade (ITU). As respostas fisiológicas avaliadas foram consumo de matéria seca (CMS), freqüência respiratória (FR), temperatura retal (TR), temperatura cutânea (TC), taxa de sudação (TS) e concentrações de cortisol e progesterona (P4). Fase luteínica foi definida como o período compreendido entre colheitas com P4 <1,0ng/mL. Semanalmente, com auxílio de um ultra-som (Scanner 200s) equipado com transdutor setorial intravaginal de 7,5MHz, foram aferidas a população folicular e o diâmetro dos dois maiores folículos. Em seguida, os folículos ≥3mm foram puncionados e os oócitos recuperados foram avaliados morfologicamente, selecionados, maturados, fertilizados e cultivados in vitro. Os efeitos das variáveis classificatórias (animal, tratamento, fase e semana/sessão de OPU) sobre as variáveis resposta, e suas interações, foram analisadas por ANOVA para medidas repetidas no tempo (PROC MIXED do SAS®) e pelo teste de Qui-quadrado, com significância de 5%. Um animal foi excluído do GE após seis sessões, permanecendo somente quatro animais no GE e cinco no GC. O ITU durante o tratamento foi aumentado no GE em relação ao GC (93,1±0,15 vs. 73,6±0,5, respectivamente; P<0,05), acompanhado de uma elevação altamente significativa na FR, TR e TC (P<0,0001), caracterizando EC efetivo no grupo tratado. Na Fase II o GE apresentou CMS inferior ao GC (6,9±0,2 vs. 8,0±0,3, respectivamente; P<0,05). Nas fases pré e pós-estresse todas as variáveis climáticas e fisiológicas foram similares (P>0,05) entre tratamentos. Não houve efeito do EC na TS e nas concentrações de cortisol. O EC ocasionou longos períodos de aciclicidade (P4 <1ng/mL) e ciclos de curta duração (GE; 37,5% vs. GC; 8,6%; P<0,001). Houve efeito de sessão de OPU, mas não de tratamento no número de folículos visualizados e CCOs recuperados. Houve aumento no diâmetro folicular e codominância no GE. O percentual de CCOs selecionados para MIV e a taxa de clivagem não sofreram efeito do EC, contudo houve efeito imediato e tardio na taxa de produção de blastocistos, sendo de 35,5% no GE vs. 25,0% no CG (P=0,15) na fase II, e 27,2% vs. 13,3% (P<0,05) para os respectivos grupos, na fase III. De acordo com os dados aqui apresentados conclui-se que o EC em Bos indicus afetou negativamente a dinâmica ovariana, ocasionando falha no mecanismo de dominância folicular e diminuição na produção in vitro de embriões por um período superior a 105 dias.

ASSUNTO(S)

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