Produção fora de época das videiras Alicante e Syrah em condições subtropicais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Em função do crescente e cada vez mais exigente mercado consumidor de vinhos no Brasil, tem-se buscado desenvolver técnicas de cultivo que propiciem elevar a qualidade das uvas finas destinadas à vinificação. Este trabalho teve como objetivo caracterizar o comportamento fenológico, a produção e a maturação das uvas ‘Alicante’ e ‘Syrah’ cultivadas fora de época no Norte do Paraná. A área experimental foi instalada em uma propriedade comercial pertencente à Vinícola Intervin®, localizada em Maringá, PR. Os vinhedos foram estabelecidos em julho de 2001 e as plantas foram conduzidas no sistema latada no espaçamento de 4,0 x 1,5 m, enxertadas sobre o porta-enxerto IAC 766 ‘Campinas’. A poda de formação foi realizada no fim do mês de agosto, as quais consistiram em poda curta para a formação dos ramos em esporão de duas gemas, aplicando-se o regulador cianamida hidrogenada a 2,5% para a uniformização da brotação, eliminando-se os cachos que porventura foram originados dos ramos brotados. A poda de frutificação ocorreu no fim de janeiro e consistiram em poda longa, deixando-se as varas sem folhas com oito a nove gemas, e em seguida, foi aplicado o regulador cianamida hidrogenada a 2,5% nas três gemas apicais para a indução da brotação. As avaliações foram realizadas em duas safras fora de época (2008 e 2009), sendo utilizadas 20 plantas representativas de cada variedade. A partir da poda de frutificação, avaliou-se a duração em dias das principais fases fenológicas das videiras. Por ocasião da colheita foram determinados o pH, o teor de sólidos solúveis totais, a acidez titulável, o teor de antocianinas, o índice de polifenóis totais (IPT) e o teor de resveratrol do mosto das uvas, bem como foram estimadas em função do número de cachos por planta e da densidade de plantas por hectare, a produção e a produtividade de cada variedade. A partir do início da maturação até sete dias após a colheita, foi caracterizada a evolução da maturação fenólica destas uvas, pela análise semanal do teor de antocianinas e do IPT. De acordo com os principais resultados obtidos, verificou-se que em safra fora de época a ‘Alicante’ apresenta ciclo médio de 138,0 dias, mosto com 15,4°Brix, 1,9% de ácido tartárico, 55,4 mg 100g-1 de antocianinas, 474,0 mg 100g-1 de IPT e 7,6 µg g-1 de resveratrol, além da produtividade de 14,5 t ha-1, enquanto a ‘Syrah’ apresenta ciclo médio de 132,5 dias, mosto com 14,5°Brix, 2,9% de ácido tartárico, 44,8 mg 100g-1 de antocianinas, 487,7 mg 100g-1 de IPT e 6,4 µg g-1 de resveratrol, além da produtividade de 11,4 t ha-1. Com relação à evolução da maturação fenólica, ambas as uvas apresentam comportamento progressivo quanto ao teor de antocianinas, e oscilatório quanto ao IPT, o que está compatível para as uvas destinadas para a elaboração de vinhos. Desta forma, considera-se que os cachos das videiras avaliadas neste trabalho apresentam ótimo aspecto fitossanitário e características físico-químicas adequadas para serem utilizadas como matéria-prima na elaboração de vinhos finos.

ASSUNTO(S)

uva - cultivo vinho e vinificação videira - cultivo fenologia vegetal viticulture wine and wine making

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