Produção e decomposição da serrapilheira em um ecossistema semiárido do nordeste brasileiro: variação temporal e espacial e efeito da fauna de solo sobre a serrapilheira / Litter decomposition in a Northeastern Brazil semiarid ecosystem: spatial and temporal variation and microarthropods fauna effect
AUTOR(ES)
Virginia Farias Pereira de Araújo
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
23/08/2012
RESUMO
Apesar do reconhecimento de que a fauna seja importante na ciclagem de nutrientes, as suas relações com a decomposição da serrapilheira ainda são pouco conhecidas em ambientes semiáridos. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito espacial e temporal das condições do habitat e dos microartrópodes do solo sobre a decomposição na Caatinga. No Cariri paraibano, entre novembro de 2009 e outubro de 2011, a taxa de decomposição foliar foi avaliada através de dois transectos com 30 bolsas de serrapilheira, com 100,5 g de folhas de Caesalpinia pyramidalis e Croton blanchetianus, em igual proporção, distribuídos em 12 áreas de amostragem. No transecto denominado controle, as bolsas foram preenchidas apenas com folhas, enquanto no segundo transecto, denominado fauna-reduzida, além das folhas, as bolsas de serrapilheira apresentavam cerca de 30 bolas de naftalina (~33,2 g), para avaliação do efeito da fauna sobre a decomposição. No primeiro ano, a taxa de decomposição foi menor independentemente do período de exposição, sendo decomposto cerca de 32%, 47% e 63% em 120, 240 e 360 dias, respectivamente. Enquanto, no segundo ano, a perda de massa foi de 45%, 54% e 73%, respectivamente. A taxa de decomposição correlacionou-se com a precipitação (acumulada) e a evapotranspiração (acumulada). Analisando os efeitos da fauna de microartrópodes e de cada área de amostragem sobre a taxa de decomposição, verificou-se que estes fatores tanto atuam isoladamente, quanto de forma conjunta sobre esse processo, entre os diferentes períodos de exposição (120, 240, 360 dias). A riqueza de espécies, densidade, altura da vegetação e o diâmetro do tronco à altura do solo (DTS), a serrapilheira produzida e o efeito da fauna, juntas, explicaram 91% da taxa de decomposição anual da serrapilheira, porém o DTS foi à única variável não significativa neste modelo. A precipitação e ETR tem efeito chave sobre a decomposição, pois além de atuarem sobre as perdas por lixiviação de compostos lábeis solúveis em água, estes fatores influenciam a vegetação, a produção de serrapilheira e a fauna decompositora e, portanto, desencadeiam estímulos sobre diferentes fatores, que atuam sobre o processo de decomposição. Este experimento mostrou que a decomposição de plantas pode ser influenciada por fatores bióticos em uma Floresta Tropical Seca, como a Caatinga, e que a decomposição não pode ser explicada apenas pelo clima e pela qualidade do substrato, visto que no sistema solo-serrapilheira, a vegetação e os organismos edáficos são fatores críticos na manutenção e disponibilidade de nutrientes.
ASSUNTO(S)
fauna de solo naftalina bolsas de serrapilheira estrutura da vegetação evapotranspiração precipitação caatinga zoologia rainfall caatinga evapotranspiration vegetation structure litter bags naphthalene soil fauna
ACESSO AO ARTIGO
http://bdtd.biblioteca.ufpb.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2566Documentos Relacionados
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