Produção e caracterização do biossurfatante de Bacillus subtilis utilizando manipueira como substrato. / Production and characterization of subtilis biossurfatante of manipueira Bacillus using as substratum.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo estudar a potencialidade do uso da manipueira (resíduo líquido da fabricação de farinha de mandioca) como substrato alternativo para a produção de biossurfatantes por bactérias do gênero Bacillus. Os isolados LB2a, LB2b, LB5a, LB262 e LBB que apresentaram tensão superficial inferior a 30mN/m em meio de manipueira foram inicialmente selecionados; o isolado LB5a que apresentou tensão superficial de 26,95mN/m, CMD-1 de 27,24mN/m e CMD-2 de 33,23mN/m em manipueira F (sem sólidos) e 29,02mN/m , 29,84mN/m e 36,75mN/m respectivamente em manipueira I (contendo sólidos) e o maior diâmetro de crescimento em ágar manipueira foi selecionado como produtor potencial de biossurfatante no substrato proposto. Dentre os diferentes tipos de preparações de manipueira avaliadas para a produção de biossurfatante por Bacillus LB5a, a manipueira F gerou os melhores resultados de atividade tensoativa, concentração de surfatante bruto e CMC-1. Os estudos cinéticos revelaram que B. subtilis LB5a produziu 3,0 g/L de surfatante com CMC-1 máxima de 90; enquanto que a cepa 21332 produziu 2,2 g/L de surfatante com CMC-1 máxima de 63. A cepa B. subtilis 21332 apresentou uma queda acentuada na concentração de surfatante após 48 horas de cultivo em manipueira F, sendo que a degradação do surfatante demonstrou relação direta com a atividade de protease presente no meio. O surfatante de B. subtilis LB5a mostrou ser termoestável, estável em valores de pH acima de 5,0 e resistente a presença de até 20% de cloreto de sódio. O produto possui 38,5% de proteínas e 53,6% de lipídeos, caracterizando-o como um lipopeptídeo com a presença de ácido glutâmico, ácido aspártico, valina e leucina na proporção molar de 1:1:1,2:3,4 respectivamente. A CMC estimada foi de 33 mg/L e a tensão interfacial conta hexadecano 0,96 mN/m. A análise estrutural permitiu concluir que o surfatante produzido por B. subtilis LB5a em manipueira é surfactina, sendo que o íon de m/z 1036 foi a forma predominante. Sete aminoácidos na seqüência RO-Glu-Leu-Leu-Val-Asp-Leu-Leu foram detectados. O surfatante obtido formou emulsões estáveis com diversos hidrocarbonetos, óleo de soja e gordura de côco. Pseudomonas aeruginosa e Micrococcus luteus se mostraram sensíveis à presença de 100-200mg de surfatante enquanto que a inibição da infectividade de VSIV (vírus da estomatite vesicular) e MHV-3 (vírus da hepatite murina) ficou evidenciada em concentrações de 12,5 mM e 5mM respectivamente. A citotoxicidade em linhagens celulares L929 e BHK-21 foi demonstrada para concentrações acima de 12,5mM e 15mM respectivamente.

ASSUNTO(S)

agent tensoativo bacillus subtilis bacillus subtillis agentes ativos de superficies cassava biossurfatante mandioca fungos

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