Produção de mudas de forrageiras com diferentes soluções nutritivas e implantação em lavoura anual

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Na Região Sul do Brasil, os bovinos têm sua alimentação prejudicada pela marcada flutuação estacional de produção das pastagens. Esta é imposta não só pelo reduzido crescimento das espécies que compõem o campo nativo ou naturalizado no inverno, como também para descrever a situação em que as espécies estivais estão em final de ciclo e apresentam baixa qualidade e as hibernais recém introduzidas ainda não estão em condições de serem pastoreadas. No entanto, em Santa Catarina, existem aproximadamente 1,5 milhão de hectares de lavoura anual em descanso e/ou pousio, onde poderiam ser implantadas pastagens perenes que proporcionem melhor distribuição da produção. Estas pastagens poderiam ser implantadas quando a lavoura ainda estivesse vegetando, diminuindo o tempo para o ingresso dos animais após a colheita de grãos. Entre as inúmeras espécies de forrageiras, três tem se destacado em Santa Catarina, que inicialmente poderiam ser utilizadas como modelo para o referido estudo, entre elas a Missioneira Gigante (Axonopus catharinensis), Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi) e Maku (Lotus uliginosus cv. Maku). No entanto, o plantio destas forrageiras é dificultado porque sua propagação é feita quase que exclusivamente por partes vegetativas, seja pela inexistência da formação de sementes ou por seu preço elevado. Esta forma de plantio pode proporcionar grande perda dos propágulos por desidratação, situação que pode ser superada se for realizado transplante de mudas com o sistema radicular e aéreo já formado. Essas mudas podem ser produzidas no sistema hidropônico de leito flutuante, com a solução nutritiva à base de biofertilizante em vez de adubos de alta solubilidade. No experimento 1, foi avaliada a produção de mudas das forrageiras anteriormente citadas com solução nutritiva à base de adubos de alta solubilidade ou com biofertilizante. As forrageiras Missioneira Gigante, Amendoim Forrageiro e Maku não apresentaram diferença quanto à sobrevivência, independentemente do tipo de fertilizante. No entanto, quando quantificou-se a produção de MS proporcionada por cada uma dessas espécies, o Maku (p=0,001) obteve as maiores quantidades, e as outras duas espécies foram semelhantes entre si (p=0,227), tendo o mesmo ocorrido entre os fertilizantes (p=0,559). No experimento 2, mudas de forrageiras foram transplantadas em meio às plantas de uma lavoura de feijão e sua sobrevivência foi avaliada aos 30, aos 60 dias e um ano após o transplante. Nesta etapa foram utilizados seis tratamentos com 4 repetições, sendo transplantadas 30 mudas para cada parcela. Tendo como base o período total de avaliação, a Missioneira Gigante obteve a maior sobrevivência (24,58 plantas, p=0,001), com o Amendoim Forrageiro com valores intermediários (18,42 plantas, p=0,001) e o Maku com os menores valores (5,54 plantas, p=0,001). As mudas dos tratamentos com adubos de alta solubilidade (17,72 plantas, p=0,001) foram superiores àquelas com o biofertilizante (14,63 plantas). O experimento 3 consistiu na avaliação da MS destas mudas no segundo ano após o transplante, evidenciando-se a superioridade da Missioneira Gigante as demais (21,58 g/planta, p=0,001), fato que não ocorreu entre o Amendoim Forrageiro e o Maku (3,23 g/planta e 1,61 g/planta, respectivamente, p=0,511). As produções de MS das espécies não foram influenciadas pelo fertilizante utilizado na produção das mudas (p=0,647).

ASSUNTO(S)

agricultura agronomia agroecossistemas biofertilizante plantas forrageiras hidroponia pastagens

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